Projeto de lítio da australiana PLS em Salinas passa por revisão

O projeto de lítio da australiana PLS (antiga Pilbara Minerals) em Salinas, no Norte de Minas Gerais, está passando por uma revisão, com previsão de ser finalizada em meados de 2026. A informação é do vice-presidente da empresa para o Brasil, Leandro Gobbo.
O executivo salienta que a companhia australiana tem expertise no desenvolvimento de plantas de processamento de lítio e está aproveitando a oportunidade para realizar novos estudos, com o intuito de entender a melhor maneira de implementar a unidade no Estado, levando em conta os recursos do ativo. Ele lembra que o projeto era originalmente da Latin Resources e foi recém-adquirido, em uma transação concluída no início deste ano.
A revisão da PLS deve implicar em mudanças nas projeções de investimento, instalação e produção do Colina – como o projeto em Salinas é chamado. Conforme Gobbo, até o desfecho dos estudos, a empresa não terá números concretos para divulgar. O vice-presidente ainda menciona que a evolução do empreendimento também está relacionada ao cenário do mercado – a indústria do lítio tem enfrentado problemas com a queda nos preços.
“Precisamos concluir essa etapa para entender exatamente como podemos desenvolver essa planta, considerando também a situação do mercado para a definição do avanço do projeto”, disse o executivo em entrevista ao Diário do Comércio, durante o evento Brazil Lithium & Critical Minerals Summit, realizado na semana passada, em Belo Horizonte, pela The Net-Zero Circle by IN-VR, consultoria global de comunicação.
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O que estava previsto para o projeto
Vale destacar que a PLS recebeu, em fevereiro, a licença prévia concomitante à de instalação do Colina, ou seja, já tem autorização para começar as obras da unidade industrial. A antiga proprietária do ativo previa receber as licenças em 2024, para construir a planta em 2025 e iniciar a produção do concentrado de espodumênio no ano que vem.
Uma avaliação preliminar, ainda na época da Latin Resources, apontou que, na fase 1 do projeto, seriam produzidos, anualmente, 405 mil toneladas de concentrado de espodumênio. Já na fase 2, a partir de 2029, a produção média anual aumentaria para 525 mil toneladas.
É válido lembrar também que, em setembro último, a assessoria da PLS informou ao veículo que a companhia planejava investir aproximadamente US$ 313 milhões no desenvolvimento do empreendimento no Norte de Minas Gerais. Os investimentos seriam divididos em duas fases: US$ 253 milhões na primeira e R$ 60 milhões na segunda.
A PLS é a quarta maior produtora global de lítio, e o projeto em Salinas marca a primeira expansão da empresa australiana fora do país de origem. Colina tem potencial de se tornar uma das dez maiores operações de lítio de rocha dura do mundo.
Empresa pode trazer tecnologia inédita para o Brasil
Em parceria com outra empresa da Austrália, a Calix, a PLS está finalizando a construção de uma planta-piloto no país para testar uma tecnologia inédita de calcinação de lítio, segundo o vice-presidente da companhia para o Brasil. De acordo com Gobbo, a PLS quer entender a eficiência e o potencial de aplicação dessa tecnologia, que possibilita um aumento significativo do teor de lítio do concentrado de espodumênio.
No fim de maio, ele disse, durante um seminário sobre minerais críticos, que a tecnologia está em avaliação, mas há discussões internas sobre trazê-la ao Brasil, o que tornaria o País o primeiro do mundo a operá-la em escala industrial. A planta seria conectada ao processo de beneficiamento, ampliando o valor agregado do produto.
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