Projeto de terras-raras da Viridis Mining avança em Poços de Caldas

O projeto de terras-raras da Viridis Mining & Minerals, no Sul de Minas Gerais, está em franca expansão. A empresa prevê contratar, a partir de 2025, mais de 80 pessoas para atuar em sua nova sede em Poços de Caldas. A empresa deve começar a produzir na região entre o final de 2027 e início de 2028 e vislumbra desenvolver a cadeia produtiva do setor no Brasil.
Recentemente, a mineradora australiana inaugurou uma sede com 880 metros quadrados, unindo, em um mesmo prédio, as áreas administrativa e de operações. Antes, os serviços de engenharia, por exemplo, eram realizados em um galpão, enquanto a administração funcionava em um escritório com capacidade para receber no máximo 18 colaboradores.
A gerente de assuntos regulatórios e engenheira de minas da Viridis, Maria Teresa Marques Muniz, afirma que, além das estações convencionais de trabalho, o novo espaço conta com uma ala destinada à identificação, etiquetagem e preparação das amostras de minério para posterior envio a laboratórios. Ela explica que poucos testes são feitos in loco.
Listada na bolsa de valores da Austrália, a empresa está presente em Minas Gerais há mais de um ano, desde que comprou, em agosto de 2023, 100% dos direitos de elementos de terras-raras para o projeto Colossus. Atualmente, a mineradora emprega mais de 40 pessoas diretamente no Estado, fora os indiretos – interessados podem enviar currículo por este link.
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Com um investimento de R$ 1,35 bilhão, a companhia construirá uma planta de beneficiamento de minérios, que deve gerar outras centenas de empregos permanentes. A estimativa é que a produção seja iniciada daqui a aproximadamente três anos.
No momento, a Viridis Mining está numa etapa preliminar da operação, relacionada à pesquisa mineral e estudo geológico. A empresa já tem um recurso publicado de 201 milhões de toneladas com total de óxidos de terras-raras (TREO) médio de 2.590 partes por milhão (ppm) e continua estudando os depósitos, buscando aumentar os recursos.
“O Colossus é considerado um projeto classe A. Isso significa que tanto o teor quanto a recuperação do material são extremamente altos, então no processamento gastamos menos”, destaca Maria Teresa Marques Muniz. Ela realça que, em setembro, a mineradora publicou um relatório em que mostra resultados promissores de teores de recuperações alcançadas em uma amostra do carbonato de terras-raras e de níveis baixos de impureza do produto.
Empresa quer desenvolver cadeia de terras-raras
Segundo a gerente de assuntos regulatórios e engenharia de minas da Viridis, a companhia planeja desenvolver a cadeia produtiva para que sejam produzidos, além do carbonato, os óxidos de terras-raras. “Queremos não só ficar exportando matéria-prima, mas também desenvolver a cadeia de produção no Brasil. É uma grande vontade nossa”, reitera.
Maria Teresa Marques Muniz diz que a mineradora formou uma joint venture com a Ionic Rare Earths que a permitiu ter acesso a tecnologia para a produção de óxidos de terras-raras.
No comunicado sobre o assunto, a Viridis afirma que cada empresa será dona de 50% da tecnologia de separação seletiva, que utiliza líquidos e extratantes iônicos para separar seletivamente terras-raras individuais de carbonato em óxidos refinados e de alta pureza.
De acordo com a mineradora, a joint venture coloca a companhia na vanguarda das empresas de terras-raras fora da China. E a tecnologia tem o potencial de fornecer um valor enorme para o Colossus e para diversos outros projetos de terras-raras no Brasil.
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