Canadá e França devem financiar projeto de terras-raras da Viridis, no Sul de Minas
A Viridis Mining and Minerals recebeu uma carta de intenções não vinculativa da Export Development Canada (EDC), na qual a agência de crédito à exportação do Canadá sinaliza o interesse em fornecer um empréstimo de até US$ 100 milhões para apoiar a fase de execução do projeto de terras-raras Colossus, em Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais.
O documento da estatal é respaldado por potenciais oportunidades de fornecimento de equipamentos e serviços canadenses para o empreendimento, conforme comunicado da empresa australiana na terça-feira (18). O financiamento está sujeito à devida diligência da instituição, aprovações internas e condições usuais de operações como essa.
No último dia 10, a Viridis anunciou que recebeu uma carta de apoio não vinculativa da Bpifrance Assurance Export, na qual a agência francesa de crédito à exportação confirma que o empreendimento foi considerado elegível para financiamento de projetos estratégicos no âmbito do Garantie de Prêt Stratégique (GPS), programa que oferece garantia soberana parcial sobre financiamentos de projetos estratégicos à economia da França.
A garantia da Bpifrance em financiamento para o projeto estará limitada ao valor de offtakes da Viridis com a França ou até 50% do empréstimo sênior de outro banco. A elegibilidade para o programa da estatal ainda permanece sujeita ao cumprimento de condições cumulativas, incluindo, a conclusão da devida diligência, a conformidade contínua com os padrões da instituição e a aprovação formal pelas autoridades do País.
Empresa prevê Colossus totalmente financiado até a metade de 2026
O apoio do Canadá e da França é considerado importante pela mineradora para a composição do capex do projeto. Segundo o gerente da empresa no Brasil, Klaus Petersen, o aporte no desenvolvimento do empreendimento deve se aproximar dos US$ 400 milhões.
A companhia tem a meta de tomar a decisão final de investimento no terceiro trimestre de 2026. Petersen afirma que a Viridis continua focada em buscar investidores e prevê que até a metade do próximo ano o projeto esteja completamente financiado e, provavelmente, com contratos de compra de produção futura também já assinados.
“Estamos conversando com várias regiões. Temos conversas com os Estados Unidos, com a Europa, com o banco de desenvolvimento alemão, com a Coreia do Sul, por exemplo, e sempre está aparecendo algum novo nessa lista”, diz, reiterando que há bastante interessado em participar do projeto seja por meio de financiamento ou com o fechamento de offtakes.
Apoio do Brasil para o empreendimento
Conforme o gerente da Viridis no Brasil, a empresa está em tratativas com fundos de fora, mas também do Brasil para completar o capex do Colossus, embora os processos mais adiantados sejam, de fato, com a EDC e a Bpifrance – o empreendimento está previsto para entrar em operação em 2028.
De acordo com ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem envolvimento com o projeto, porém, precisa de garantia, algo que, possivelmente, o banco francês poderá oferecer. Petersen ressalta que a mineradora também foi selecionada para obter US$ 30 milhões do fundo BNDES-Vale, gerido pela Ore Investments e pela Régia Capital. O contrato está para ser assinado e o valor será utilizado para financiar o estudo final de viabilidade e para construir a planta-piloto de carbonato de terras-raras.
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