Economia

Projetos de hidrelétricas podem garantir geração de energia limpa

Avaliação é da presidente da Abrage, Marisete Dadald, durante reunião de Câmara da Fiemg realizada nesta quinta (21)
Projetos de hidrelétricas podem garantir geração de energia limpa
Marisete Dadald aponta que existem sete grandes projetos de usinas mapeados no Brasil e que podem sair do papel | Crédito: Sebastião Jacinto Júnior / Fiemg

Não vistas no País há anos, as construções de Usinas Hidrelétricas (UHE) podem voltar à agenda nacional com a retomada da discussão de novos projetos para garantir a estabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN) e que o Brasil continue com uma matriz de geração de energia elétrica limpa. É o que revela a presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Marisete Dadald, também conselheira da Eletrobras e ex-secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia (MME).

A presidente da Abrage participou da reunião da Câmara de Energia, Petróleo e Gás, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), realizada nesta quinta (21), na antiga sede da entidade. Ela conta que, atualmente, existem no Brasil sete potenciais projetos mapeados pelo setor em que os estudos podem ser retomados para a viabilidade dessas usinas hidrelétricas no médio e longo prazo. Uma delas é a UHE de Formoso, na região do Alto São Francisco.

Marisete Dadald entende que o governo Lula tem trabalhado para reabrir as discussões com ambientalistas, comunidades indígenas e a sociedade como um todo para o desenvolvimento dos projetos dessas usinas hidrelétricas. “O ministro Alexandre Silveira (MME) tem feito um esforço imenso em viabilizar esses potenciais hidrelétricos e a preocupação central é levar para o consumidor uma tarifa justa”, afirma.

Ela critica o estigma que o setor enfrenta com reservatórios das UHEs. A conselheira da Eletrobras aponta que, se bem gerenciado o recurso hídrico, as usinas hidrelétricas com reservatório são uma fonte de geração de energia permanente. Diferente de outras fontes renováveis, como a eólica e a solar, que são intermitentes e não garantem a estabilidade do SIN.

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Além disso, voltar a construir usinas hidrelétricas é benéfico para a indústria nacional, que pode atender integralmente a cadeia de construção do setor, enquanto boa parte dos projetos de geração de energia eólica e solar são realizados por meio de importações.

Exemplo de projetos de hidrelétricas no exterior

Marisete Dadald aponta que, para enfrentar a demonização das usinas hidrelétricas, principalmente as que contam com reservatório, uma das alternativas é se referenciar por bons projetos ao redor do mundo, como no Canadá. O País irá construir na província da Colúmbia Britânica uma UHE com capacidade de geração de 1,1 gigawatts (GW), ao custo de US$ 11 bilhões. É o maior empreendimento de energia hidrelétrica do país desde 1984.

“Eles conseguiram fazer um arranjo socioeconômico e viabilizaram um potencial de uma hidrelétrica de 1,1 GW. Precisamos modernizar nossos instrumentos tanto do ponto de vista ambiental, quanto social, para que possamos disponibilizar para a população esses recursos naturais que o País dispõe. Não podemos abrir mão desses recursos”, explica.

Ela destaca que investimentos vultosos como o canadense estão em voga nos países que buscam a transição energética e que o Brasil tem recursos não para iniciar, mas fortalecer essa transição. As usinas hidrelétricas são fundamentais nesse processo, ao garantir a estabilidade do sistema e diminuir a dependência das termelétricas, com geração de energia cara e poluente. “Nós temos que trabalhar para manter essa matriz limpa e renovável. E esses potenciais hidrelétricos contribuíram para que a gente pudesse manter, ou melhor, ter uma matriz ainda mais limpa”, finaliza Marisete Dadald.

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