Puxada pelo aumento da energia elétrica, inflação apresenta alta de 0,53% na RMBH

- O IPCA da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) apresentou alta de 0,53% em comparação à média nacional de 0,24%, sendo a energia elétrica o principal responsável por esse aumento.
- Entre os grupos analisados, Habitação teve a maior variação (2,75%), com destaque para o impacto do aumento da energia elétrica residencial, enquanto Alimentação e bebidas apresentaram deflação de -0,45%, ajudando a conter o índice inflacionário na região.
- No setor de Transportes, o aumento de itens como gasolina (1,56%), transporte por aplicativo (14,46%) e passagem aérea (5,19%) pressionaram o IPCA da região metropolitana, apesar de a inflação no grupo Transporte ser menor na RMBH em relação ao Brasil no acumulado de 12 meses.
- A inflação acumulada nos últimos 12 meses na RMBH foi de 5,7%, acima da média nacional de 5,35%, impulsionada por um mercado de trabalho aquecido e aumento do rendimento médio real, destacando a pressão sobre os componentes de serviço.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 0,53% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o segundo maior resultado mensal entre as 16 áreas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O índice é superior à média nacional, que ficou em 0,24%. O aumento da energia elétrica foi o item que mais contribuiu para a alta.
Dos nove grupos pesquisados na RMBH, seis apresentaram variações positivas: Habitação (2,75%), Transportes (0,77%), Vestuário (0,44%), Comunicação (0,42%), Saúde e cuidados pessoais (0,33%) e Despesas pessoais (0,30%).
No grupo Habitação (2,75%), a energia elétrica residencial (8,57%) provocou o maior impacto individual positivo no índice em junho: 0,33 ponto percentual (p.p.), com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, no mês de junho, adicionando R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos e com o reajuste de 7,36%, vigente desde 28 de maio no Estado.
O analista do IBGE Venâncio da Mata ressalta que apesar do acréscimo da bandeira vermelha ter ocorrido em todo o País, o aumento anual da energia elétrica em Minas deu-se em junho, contribuindo para puxar o índice para cima na RMBH. Ainda no grupo, ele aponta o aumento do aluguel residencial que subiu 0,82%, impactando o índice em 0,03 ponto percentual.
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No grupo Transportes, o analista ressalta o aumento da gasolina (1,56%), com impacto de 0,08 p.p. “Esse é um grupo com peso maior e que também contribuiu positivamente para o IPCA da região metropolitana”, afirmou. Nesse grupo, também geraram impacto as altas do transporte por aplicativo (14,46%), da passagem aérea (5,19%) e do automóvel novo (1,14%).
Por outro lado, da Mata destaca o grupo de Alimentação e bebidas (-0,45%) como item importante para segurar o índice. “Este grupo vinha registrando alta desde agosto do ano passado. A queda dele contribuiu para que o IPCA da RMBH não fosse ainda maior”, disse.
Os outros dois grupos que apresentaram deflação foram: Artigos de residência (-0,07%) e Educação (-0,03%).
Mercado de trabalho aquecido pressiona inflação
O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Silva, destaca que o resultado mostra um primeiro semestre ainda pressionado. De acordo com os dados do IBGE, no acumulado do ano, a RMBH registra inflação de 3,88%, frente a um índice nacional de 2,99%.
“Os componentes associados a serviços são os mais pressionados na Região Metropolitana. Isso porque estamos com um mercado de trabalho muito aquecido e com aumento do rendimento médio real. As pessoas estão procurando e encontrando emprego e isso pressiona a inflação”, afirma.
O economista lembra que, no agregado dos últimos 12 meses, a inflação da RMBH é de 5,7%, enquanto no Brasil é de 5,35%. “Aqui de novo a média da RMBH é maior do que a nacional”, ressalta.
Silva destaca que os únicos grupos em que a inflação é menor na RMBH em relação ao Brasil são Transporte e Educação. Enquanto no Brasil o acumulado de 12 meses para Transporte chegou a 5,11%, na RMBH a alta foi de 4,43%. No grupo Educação, a variação foi de 6,21% para o Brasil e 5,4% para a RMBH.
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