Queda do poder de compra preocupa indústria do cimento no País

As comercializações de cimento no Brasil tiveram um crescimento de 6,3% em janeiro sobre o mesmo período em 2022. De acordo com os dados apurados pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), foram vendidos 4,9 milhões de toneladas do insumo no País. Ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o presidente da entidade, Paulo Camillo Penna, explicou que, apesar do resultado ter sido positivo, o balanço não é um motivo para comemoração.

“A situação econômica do Brasil, com altas de inflação, juros e o endividamento das famílias, efetivamente, só deve se alterar com a sustentação da recuperação do mercado de trabalho. Enquanto isso, o mercado da construção continua em queda, tanto na venda de materiais, quanto no número de financiamentos imobiliários”, diz.

Segundo Penna, a confiança do setor registrou recentemente a sua quarta baixa consecutiva. “Esse fato comprova que é um resultado de piora do ambiente de negócios, diante da possibilidade da manutenção das altíssimas taxas de juros reinantes”, enfatiza. Para o dirigente, o pessimismo também é verificado pelo consumidor, que permanece reduzindo as intenções de compra, inclusive, para os próximos meses de 2023.

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“Ainda que o cenário não seja favorável, o setor de cimento segue caminhando com a retomada do investimento em infraestrutura e com a possibilidade de elevar a presença do insumo em programas habitacionais. Seja para o saneamento, a pavimentação de ruas, estradas e rodovias, o que se mostra inteiramente interessante sobre o ponto de vista da durabilidade, do preço e dos aspectos de sustentabilidade para o segmento”, afirma o presidente do Snic.

Nos últimos dias, o sindicato verificou a movimentação da equipe do governo federal no que se refere à incorporação de novos desenhos de casas e recursos. A iniciativa representa uma importante etapa de retomada do programa Minha casa, minha vida, anunciada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o seu novo mandato. Para a entidade, há uma expectativa de otimismo que pode movimentar o setor, tendo em vista a oportunidade de mais demandas de cimento e de outros materiais de construção já para o segundo semestre.