Economia

Varejo mineiro registra queda de 1,1% e reflete desaceleração da economia

Segmentos como construção, móveis e vestuário acumulam perdas, enquanto consumo das famílias segue pressionado por dívidas
Varejo mineiro registra queda de 1,1% e reflete desaceleração da economia
Foto: Diário do Comércio / Marcos Alvarenga

O comércio varejista de Minas Gerais registrou retração de 1,1% em agosto de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o Índice do Varejo Stone (IVS). O resultado é apontado por especialistas como um sinal de enfraquecimento do comércio no Estado e da desaceleração da economia brasileira. 

Para o economista e cientista de dados da Stone, Guilherme Freitas, os dados refletem um momento de acomodação econômica. “O resultado negativo deste mês reforça a percepção de que a economia brasileira segue em processo de acomodação, e não de retomada. A continuidade dessa trajetória dependerá da evolução do mercado de trabalho e, principalmente, do mercado de crédito, que, com taxas de juros reais elevadas, tem sido um limitador da demanda interna.”, avalia.

A retração no varejo mineiro acompanha o recorte nacional que, em agosto, teve queda de 1,5% frente ao mesmo mês do ano anterior. Na análise regional apenas São Paulo registrou leve alta de 0,6%, enquanto o Rio de Janeiro teve queda de 2,2% e o Espírito Santo recuo de 1,9%.

Os dados indicam que a perda de dinamismo do mercado de trabalho e o elevado comprometimento da renda das famílias com dívidas, que alcança 27,6%, continuam restringindo o consumo.

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“O mercado de trabalho vem perdendo dinamismo, com admissões crescendo em ritmo menor do que o de desligamentos, ao mesmo tempo, em que o elevado comprometimento da renda das famílias com dívidas continua restringindo o consumo. Embora a inflação apresente alguma moderação, esse movimento tem ocorrido muito mais pela perda de fôlego da atividade do que por avanços estruturais”, observa Freitas. 

Regionalmente, a região Norte do País foi a única a mostrar sinais de maior resiliência com estados como Amapá (3,2%) e Tocantins (1,9%) em alta. No Sul e no Nordeste, as quedas foram generalizadas com destaque para o Rio Grande do Sul (-7,1%) e Rio Grande do Norte (-6,4%).

Segmentos em queda no Brasil

Sete dos oito segmentos analisados pelo Índice do Varejo Stone apresentaram queda em agosto no País. Somente o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve resultado positivo (1,7%).

Veja a lista abaixo:

  • Materiais de construção: -4,3%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: -3,6%
  • Combustíveis e lubrificantes: -1%
  • Artigos farmacêuticos: -0,7%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -0,7%
  • Tecidos, vestuário e calçados: -0,3%
  • Móveis e eletrodomésticos: -0,3%

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