Queimadas prejudicaram quase 1,5 milhão de consumidores mineiros de energia em 2024

As queimadas causaram um impacto recorde no fornecimento de energia elétrica em Minas Gerais no último ano. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) registrou, em 2024, 1.240 ocorrências envolvendo fogo na vegetação que comprometeram a rede elétrica em sua área de concessão. Os incidentes afetaram quase 1,5 milhão de clientes em todo o Estado – número sete vezes maior que o registrado em 2023, quando cerca de 200 mil unidades consumidores foram impactadas em 442 episódios.
Desde 1995, a empresa utiliza uma metodologia própria de monitoramento e análise dos impactos causados por falhas no fornecimento. Até então, o pior cenário relacionado a queimadas havia sido registrado em 2021, quando 738 mil clientes foram afetados por 940 ocorrências envolvendo fogo em áreas próximas à rede elétrica.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foram contabilizadas 191 ocorrências no ano passado, atingindo mais de 142 mil consumidores. Já entre janeiro e abril deste ano, a Cemig registrou quatro interrupções na RMBH por conta de queimadas, o que deixou quase duas mil unidades sem fornecimento de energia.
A Cemig alerta que provocar queimadas é crime, passível de punições legais, além de trazer sérias consequências para a população. As chamas podem danificar postes, cabos e torres, dificultando o restabelecimento do serviço e impactando diretamente hospitais, comércios e escolas.
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“Vários equipamentos – como postes, cabos e torres – podem ser danificados pelas chamas e isso torna o restabelecimento do serviço mais demorado, o que pode trazer transtornos para os clientes das distribuidoras. Além disso, o volume alto de fumaça pode trazer sérios danos à saúde, principalmente nesta época do ano em que doenças respiratórias são mais comuns”, afirma o engenheiro de Ativos da Distribuição da Cemig, Taumar Morais Lara.
Principais causas e prevenção
Vale ressaltar que grande parte dos focos de incêndio é causada por ação humana. “Por isso, é importante que as pessoas se conscientizem dos impactos causados por suas ações, pensem de forma coletiva e evitem dar início a focos de incêndio que podem tomar grandes proporções e causar muitos estragos, especialmente nesta época do ano, caracterizada por baixa umidade e vegetação seca”, reforça o especialista da Cemig.
A Cemig orienta a adoção de medidas simples que ajudam a evitar incêndios, como apagar totalmente o fogo de acampamentos, não descartar pontas de cigarro acesas em rodovias ou áreas rurais e não deixar garrafas de plástico ou vidro expostas ao sol em locais com vegetação seca, pois esses materiais podem provocar incêndios por efeito de lente.
A companhia também ressalta a importância de respeitar as restrições legais: mesmo as queimadas autorizadas devem ocorrer a pelo menos 15 metros de distância de rodovias, ferrovias e faixas de segurança de linhas de transmissão. É proibido o uso de fogo em áreas de preservação ambiental.
Um dos desafios enfrentados pela Cemig no combate aos danos causados por queimadas está no acesso às áreas afetadas. “Geralmente, são locais de difícil acesso e em áreas rurais muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas, torna ainda mais complexa a manutenção das redes danificadas pelas queimadas”, destaca Taumar.
Com informações da Cemig
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