Raízen vê reajuste na gasolina próximo

São Paulo – A Petrobras deverá, em algum momento, realizar um reajuste positivo na gasolina vendida no País, para seguir os ganhos registrados no mercado internacional de petróleo e garantir a oferta de outros players no Brasil, avaliou ontem o presidente da Raízen, Ricardo Mussa.
A Raízen é a maior produtora de etanol do Brasil, e uma alta na gasolina pela Petrobras teria potencial de beneficiar a companhia, que também atua na distribuição de combustíveis no País, sendo um dos principais operadores.
“Em algum momento, a Petrobras vai ter que fazer um movimento na gasolina, com certeza, isso (a situação atual de preços) não é sustentável (para o mercado), o Brasil não é autossuficiente”, afirmou Mussa, em teleconferência para comentar os resultados trimestrais da companhia.
Ele explicou que uma correlação de preços com o mercado internacional é importante para o País garantir suprimento importado de companhias privadas.
“Há algum potencial de aumento da gasolina no Brasil”, acrescentou ele, citando a alta no mercado global de petróleo, que renovou máximas de sete anos na véspera, mas que registrava baixa de mais de 4% ontem, após a Rússia determinar que algumas tropas voltem às bases após exercícios militares na Ucrânia.
Em entrevista à Reuters, na segunda-feira, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse que a companhia acompanha os efeitos da tensão na Ucrânia, mas avalia que uma estabilização das questões geopolíticas tem potencial de esfriar o mercado de petróleo, algo que também é levado em conta pela companhia antes de qualquer movimento sobre preços de derivados.
Mussa, da Raízen, confirmou que a empresa viu algumas reduções nas vendas de etanol em janeiro, mas agora as negociações do combustível “estão se recuperando um pouco”.
A associação do setor no Centro-Sul, a Unica, afirmou ontem que as unidades produtoras de etanol comercializaram um total de 1,76 bilhão de litros em janeiro, queda de 32,39% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com relação ao mercado de açúcar, Mussa reafirmou que a companhia está altista no longo prazo, à medida que a Índia (segundo produtor de açúcar) utiliza mais cana para a produção de etanol.
Paralelamente à divulgação de um lucro de R$ 1,22 bilhão no terceiro trimestre fiscal, a Raízen divulgou na segunda-feira um guidance mais otimista para o segmento de Renováveis da empresa no ano fiscal 2021/22, que se encerra em março.
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