Economia

Reabertura gradual do comércio em BH deve começar no dia 25

Reabertura gradual do comércio em BH deve começar no dia 25
O funcionameto de lojas depende da evolução do Covid-19 e da ocupação dos leitos hospitalares em BH | Crédito: Manoel Evandro

Quase um mês após proibir o funcionamento de atividades não essenciais na capital mineira, a partir do Decreto nº 17 de 8 de abril, publicado no Diário Oficial do Município (DOM), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) disse que há a possibilidade de flexibilizar as medidas de distanciamento social na cidade e iniciar a reabertura gradual do comércio a partir de 25 de maio.

A medida, porém, conforme o prefeito, somente será colocada em prática com a autorização do grupo técnico da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que analisará a curva de infecções pelo novo coronavírus (Covid-19) na Capital levando em consideração as taxas de ocupação dos leitos hospitalares e o índice de contaminação na capital mineira.

“Já estamos nos reunindo com as federações e associações, olhando o plano de flexibilização da cidade, mas é uma coisa que pode vir ou não, dependendo do comportamento da população, diante desta tragédia que se abateu sobre nosso País. O controle desta pandemia é 20% responsabilidade do poder público e 80% de responsabilidade de quem pode ficar em casa; do uso da máscara com responsabilidade; da compaixão e da solidariedade”, anunciou.

Segundo Kalil, a data foi estabelecida pelo grupo, denominado por ele como “pós-pandemia”, que conta com a participação de secretários municipais das áreas de Saúde, Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Fazenda. Também integram o comitê, infectologistas, a Câmara Municipal, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, (CDL-BH), o Sindicato do Comércio Lojista de BH (Sindilojas) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG).

“Há a perspectiva de flexibilização, mas não é uma promessa. Vai depender da população, da curva de infectados, da ocupação de leitos. Isso é muito complexo, mas é o que o grupo de infectologistas me autorizou a falar”, frisou o prefeito, que projeta as “duas próximas semanas” como o pior momento da pandemia no Brasil.

Por meio de nota, o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva, comentou o anúncio do prefeito, mas não comemorou. Disse que se trata apenas de uma sinalização de reabertura do comércio.

“Entendo que se o grupo de trabalho formado pela prefeitura começar a trabalhar o mais rápido possível, esta sinalização pode se transformar em realidade concreta. E mais uma vez reafirmamos a nossa total disposição em contribuir com o trabalho deste grupo de secretários municipais e especialistas”, ressaltou.

Questionado se o retorno seguirá as orientações do programa do governo mineiro, “Minas Consciente – Retomando a economia do jeito certo”, criado com o objetivo de orientar a retomada das atividades econômicas de forma segura nos 853 municípios do Estado, o prefeito de Belo Horizonte respondeu que a PBH “não precisa de conselhos, mas de dinheiro e liderança”.

“O processo será gradual, técnico, levando em consideração os pontos da medicina e do planejamento. Do mesmo jeito que foi fechado será aberto. Vamos, mais uma vez, copiar o que está dando certo em outros lugares do mundo”, completou.

Intermitente – Kalil não deu detalhes sobre os parâmetros que serão utilizados no plano de reabertura do comércio da Capital, mas o secretário de Saúde, Jackson Machado Pinto, confirmou que a perspectiva da prefeitura é de que seja adotado um isolamento intermitente, como forma de eliminar as medidas de distanciamento social gradativamente, como informou anteriormente o secretário municipal de planejamento, André Reis.

Para isso, conforme Machado Pinto, serão levados em consideração as taxas de ocupação em enfermarias e em unidades de terapia intensiva, bem como o índice de contaminação e reprodução do vírus em na capital mineira. “Por isso é importante a colaboração da população, mantendo as medidas de distanciamento, a higienização e o uso de máscaras”, alertou.

Cidades da RMBH reduzem isolamento

A maioria dos 34 municípios que compõem a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de BH (Granbel) já iniciou a flexibilização das medidas de distanciamento social adotadas como forma de conter a proliferação do novo coronavírus (Covid-19).

Em reunião na sede da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), 24 associados discutiram e discursaram sobre as dificuldades econômicas impostas pela pandemia, a liberação das atividades, a fiscalização e os números de leitos disponíveis em cada cidade.

Logo após, em entrevista coletiva, o presidente da Granbel e prefeito de Nova Lima, Vitor Penido (DEM), destacou que a principal cobrança na reunião foi de que as prefeituras aumentem a rigidez da fiscalização das medidas de proteção, como uso de máscaras e limitação do número de pessoas nos estabelecimentos, por exemplo.

“É para fazer com responsabilidade, com apenas pessoas preparadas trabalhando. E as que forem frequentar, usando máscara e álcool em gel”, orientou.

Especificamente sobre Nova Lima, Penido disse que a flexibilização está sendo discutida e que será feita em duas etapas. “Primeiro, as lojas, desde que as associações comerciais se responsabilizem e os proprietários assinem um documento no qual só poderão trabalhar pessoas preparadas. Segundo, os restaurantes que poderão funcionar até às 16 horas”, revelou.

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