Economia

Alta dos combustíveis preocupa transportadoras em Minas

ICMS sobre o diesel passa por reajuste a partir deste sábado (1º), além disso, a Petrobras anunciou aumento no preço do produto
Alta dos combustíveis preocupa transportadoras em Minas
foto: Diário do Comércio / Arquivo / Alisson J. Silva

Entidades do setor de transportes e combustíveis afirmam que os reajustes nos preços, sobretudo do diesel, têm um grande impacto nas margens de lucro das empresas, pois são repassados imediatamente pelos postos, mas demoram a ser incorporados nos contratos de frete.

O preço do diesel é o item mais sensível entre os custos das transportadoras e pode representar até 50% dos custos do frete, a depender do segmento, apontam as entidades consultadas pelo Diário do Comércio.

Após o reajuste na alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) no diesel e na gasolina pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que entra em vigor neste sábado (1º), a Petrobras anunciou reajuste de R$ 0,22 no preço do litro do diesel vendido para distribuidoras, que passa a valer na mesma data.

A esse valor será adicionado um impacto de R$ 0,06 no insumo em virtude do aumento do ICMS, apontou o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro).

A entidade também estimou um impacto de R$ 0,10 no preço do litro da gasolina com o aumento do imposto estadual.

O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Adalcir Lopes, destaca que as transportadoras não conseguem se preparar para os reajustes dos preços dos combustíveis, apesar do impacto ser imediato nas bombas dos postos de abastecimento.

“A gente só tem como repassar a medida quando efetivamente acontece, porque o nosso embarcador só vai renegociar com a gente após acontecer o reajuste”, declarou.

Essa renegociação contratual do frete com os clientes, afirma Lopes, geralmente é pouco amistosa entre as partes e demorada para o setor absorver. “É terrível qualquer coisa que altere nossa planilha de custos. E quando se trata de diesel, é um impacto direto na nossa margem de lucro”, lamenta.

O presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes, disse que os reajustes nos preços podem causar uma reação negativa do setor de transportes, principalmente contra a elevação dos impostos estaduais.

“Vemos isso com maus olhos, porque o governo federal fez a parte dele em segurar os preços dos combustíveis e o governo estadual não tem feito nada pra poder não ter esse impacto negativo”, critica.

Irani Gomes ressalta que o setor foi surpreendido com o reajuste do ICMS e que os transportadores já acumulam prejuízos há algum tempo. “Com esse aumento, pode acontecer algum caos no setor”, pontua.

Reajustes do ICMS acumulam alta de até 20% nos combustíveis

O Minaspetro destacou em nota que os combustíveis já estão entre os produtos com maior incidência de impostos no País e que “os ajustes no ICMS estadual causam preocupação sobre o futuro tributário dos combustíveis”.

A entidade disse estar preocupada de que os ajustes periódicos do Confaz, estabelecidos no início de 2022, possam maquiar uma volta da carga tributária anterior à alteração na legislação, especialmente na gasolina.

Os dois reajustes do Confaz no ICMS dos combustíveis desde 2022, segundo o Minaspetro, gerou um aumento acumulado de R$ 0,25 no preço final da gasolina, uma alta de 20,4%, e de R$ 0,18 no preço final do diesel, uma alta de 19%.

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