Economia

Receita de vendas da Sigma diminui com a queda nos preços do lítio

No primeiro semestre, empresa que tem planta no Vale do Jequitinhonha reportou valor bruto de vendas 29% inferior ao registrado em igual período de 2024, que foi US$ 68,8 milhões
Receita de vendas da Sigma diminui com a queda nos preços do lítio
Além do valor da receita, volume de vendas da companhia também diminuiu; no primeiro semestre, foram comercializadas 101,9 mil toneladas de concentrado de óxido de lítio | Foto: Divulgação Sigma Lithium

Refletindo as dificuldades que o setor de lítio enfrenta já há algum tempo diante de uma retração substancial da cotação do produto, a Sigma Lithium reportou, no primeiro semestre deste ano, uma receita bruta de vendas 29% inferior a registrada em igual época de 2024, totalizando US$ 68,8 milhões. O recuo, de acordo com a empresa de origem canadense, foi decorrente de uma baixa significativa nos preços de mercado durante o período.

Além do valor reportado, o volume de vendas da companhia também diminuiu. Conforme consta em balanço operacional, foram comercializadas 101,9 mil toneladas de concentrado de óxido de lítio, o que representa uma redução de 3% na comparação anual.

No recorte do segundo trimestre, a Sigma teve uma receita bruta de vendas de US$ 21,1 milhões. Se comparado ao mesmo intervalo do exercício anterior, houve queda de 60%. Em relação ao primeiro trimestre, a redução foi um pouco menor, de 56%.

O volume de vendas entre abril e junho de 2025 totalizou 40,3 mil toneladas, patamar 23% inferior ao reportado em igual intervalo do ano passado e 34% ante janeiro a março. Segundo a empresa, a baixa decorreu, sobretudo, de uma estratégia comercial deliberada de reter temporariamente o produto do mercado durante períodos de intensa volatilidade de preços para preservar o poder de precificação e proteger as margens de longo prazo.

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Produção da empresa cresce

Por outro lado, a produção da Sigma cresceu na primeira metade deste ano. A companhia produziu na única planta industrial que opera no momento, localizada entre Itinga e Araçuaí, na região mineira do Vale do Jequitinhonha, 136,7 mil toneladas de concentrado de lítio, um aumento de quase 33% em relação aos primeiros seis meses do ano passado.

No segundo trimestre, a produção da empresa atingiu 68,3 mil toneladas, volume 38% maior que o do mesmo período de 2024 e idêntico ao do primeiro trimestre. A quantidade produzida ainda ficou ligeiramente acima da meta trimestral de 67,5 mil toneladas.

Em comunicado, a CEO da Sigma, Ana Cabral, destacou que, entre abril e junho de 2025, a companhia manteve a cadência de produção e está no caminho certo para cumprir a meta anual de 270 mil toneladas, preservando o poder de precificação em um mercado volátil. A executiva enfatizou que os resultados demonstram a capacidade da empresa de “de executar consistentemente, criar valor por meio dos ciclos de mercado e reforçar nossa posição de liderança como um produtor global integrado de lítio industrial e mineral”.

Construção da nova planta industrial avança

Durante o primeiro semestre, a Sigma também avançou com a construção de uma segunda planta industrial no Vale do Jequitinhonha, que terá capacidade de produzir 250 mil toneladas de concentrado de lítio por ano, elevando o potencial produtivo para 520 mil toneladas/ano. A companhia finalizou atividades-chave de preparação do local, incluindo terraplenagem formal e terraplenagem, conforme afirma em seu site oficial.

Paralelamente, a companhia diz que realizou uma revisão detalhada das prioridades de aquisição e da estratégia de execução do projeto, reforçando seu compromisso com a alocação de capital orientada a valor e a excelência operacional. Isso inclui a avaliação de cronogramas ideais para a contratação de equipamentos e serviços de engenharia de longo prazo que garantirão o imediatismo para os próximos marcos da obra.

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