Recuperação de crédito tem queda de 1,02% na Capital

A recuperação de crédito na Capital apresentou retração no mês de setembro em todas as bases de comparação. Segundo levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) divulgado ontem, a queda foi de 1,02% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto na variação mensal o recuo foi de 14,59%.
Além da lenta recuperação da atividade econômica, que ainda não foi suficiente para alavancar a geração de empregos e aumentar a renda dos consumidores, a economista da CDL-/BH, Ana Paula Bastos, ressalta que o resultado negativo também está atrelado à deflação registrada em agosto e às incertezas do cenário político.
“Agosto foi uma base forte de comparação forte com entrada de capital extra na economia e isso deu um fôlego para as pessoas recuperarem um pouco do crédito. Em setembro, mesmo com os indicadores macroeconômicos melhores que os do ano passado, a insegurança política e o desemprego ainda em patamares altos afetaram os resultados”, explicou.
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Com as definições no cenário político, a economista entende que é preciso aguardar qual será a política econômica adotada pelo novo governo para avaliar a confiança dos agentes econômicos e as tomadas de decisão nesse contexto. A expectativa, segundo Ana Paula Bastos, é que os próximos meses tenham resultados melhores.
“A tendência de concentração de capital extra na economia nos próximos meses com o pagamento da primeira parcela do 13º salário dos trabalhadores vai ajudar a regularizar esses débitos e esperamos que o próximo ano tenha mais recuperação de crédito do que este”, afirmou.
Ainda de acordo com os dados divulgados pela CDL-BH, a quitação de débitos diminuiu entre todas as faixas etárias em setembro. O menor recuo no índice de cancelamentos de registros no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da entidade foi entre as pessoas de 40 a 49 anos (-0,12%).
Tanto o público feminino quanto o masculino também registraram redução na recuperação de crédito durante o período. Para as mulheres a retração foi menor (-1,92%), enquanto para os homens, o índice de queda foi de 2,03%.
Quitação – O indicador de recuperação de crédito mostrou ainda que o volume de dívidas quitadas caiu 13,5% em setembro frente ao mês anterior. Na comparação com setembro de 2017, o indicador registrou queda de 9,73%.
“A renda disponível em agosto foi usada para quitar dívidas e em setembro não houve nenhuma entrada especial, por isso não houve muitos pagamentos”, destacou Ana Paula Bastos.
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