Economia

Recurso contra pagamento à CSN rende otimismo à Ternium

Disputa decorre da compra, por uma das maiores produtoras de aço da América Latina, do que era equivalente a uma participação de 27,7% nas ações da Usiminas
Recurso contra pagamento à CSN rende otimismo à Ternium
A Ternium produz milhões de toneladas de placas de aço por ano, com alto nível de sofisticação | Crédito: Divulgação Ternium

Cidade do México – A Ternium espera que um tribunal brasileiro decida a seu favor em um recurso contra a CSN em relação à compra em 2011 de uma participação na Usiminas, disse o presidente-executivo da empresa nesta terça-feira (1).

A disputa decorre da compra pela Ternium do que era equivalente a uma participação de 27,7% nas ações da Usiminas. A CSN, que detinha 12,9% das ações da empresa na época, entrou com uma ação judicial alegando que a Ternium deveria ter lançado uma oferta pública de aquisição de ações envolvendo os acionistas minoritários, já que eles tinham direitos de tag-along.

Em junho, um tribunal superior determinou que a Ternium pague R$ 5 bilhões à CSN, com a Ternium dizendo que vai recorrer da decisão.

“Confio que o sistema judiciário brasileiro reconhecerá que, nesse caso, há uma jurisprudência que remonta a muitos e muitos anos”, disse o presidente-executivo da Ternium, Maximo Vedoya, durante evento organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). “Estou realmente esperançoso de que isso será resolvido”, disse Vedoya.

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O executivo disse ao jornal “Valor” em agosto que se a Ternium perder o recurso, a empresa poderá repensar seus investimentos no Brasil.

Mas ele pareceu mais otimista com relação ao País na segunda-feira, destacando as oportunidades de crescimento com o México.

A Ternium é “enorme para o comércio entre México e Brasil”, disse Vedoya. “Somos um veículo para o Brasil se integrar à América do Norte.”

Posteriormente, o executivo disse a jornalistas que México e Brasil poderão atualizar acordos comerciais para impulsionar a indústria.

A Ternium, que atualmente está expandindo usina no norte do México, também considera que o setor poderá se beneficiar com a revisão do acordo comercial entre EUA, México e Canadá, prevista para 2026.

E com a posse de Claudia Sheinbaum como presidente do México na terça-feira, a Ternium está “realmente otimista” com os planos de industrialização do novo governo, disse Vedoya.

Nesta terça, o Diário do Comércio publicou uma reportagem sobre a solicitação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) como terceira parte interessada em ação sobre a Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) no STF, que envolve a Usiminas. A decisão do STJ, favorável à CSN, gerou insegurança jurídica, pois contrariou decisões anteriores.

A Fiemg criticou o entendimento do STJ, afirmando que ele aumenta custos operacionais e prejudica a precificação de negócios, afetando o mercado de capitais e desestimulando investimentos futuros no Brasil. Firjan e ATP também solicitaram participação no caso.

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