Economia

Redes mineiras de atacarejo somam faturamento de R$ 23,7 bilhões e 36 mil funcionários; veja o ranking

As empresas associadas à Abbas, com sede no Estado, também somaram 264 lojas em operação e mais de 36 mil funcionários no ano passado
Redes mineiras de atacarejo somam faturamento de R$ 23,7 bilhões e 36 mil funcionários; veja o ranking
Foto: Mart Minas / Divulgação

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As quatro principais empresas mineiras que atuam no segmento de atacarejo, que mescla os modelos atacado e varejo, registraram faturamento bruto total de R$ 23,783 bilhões em 2024. É o que mostra a edição deste ano do Ranking Abaas, realizado pela NielsenIQ, em parceria com a Associação Brasileiras de Atacarejos (Abbas).

Além disso, essas redes somaram 264 lojas em operação e contaram com mais de 36 mil funcionários trabalhando nestas unidades. No entanto, em alguns casos, os resultados obtidos incluem números de operações que funcionam sob outros modelos, como os supermercados convencionais.

O grupo formado pelas redes Mart Minas e Dom Atacadista foi o grande destaque entre as empresas com sede em Minas Gerais. Juntas, as duas bandeiras somaram R$ 11,432 bilhões de faturamento, 86 lojas e 16.171 colaboradores no ano passado.

A empresa é a única rede de atacarejo mineiras entre as dez maiores do Brasil. Inclusive, ela ultrapassou o grupo Cencosud na lista, ocupando a sexta posição no ranking nacional.

O Grupo Supernosso, dono das bandeiras Apoio Mineiro e Supernosso, ocupa a segunda posição entre as empresas mineiras e o 14º lugar no País. A empresa registrou um faturamento bruto de R$ 4,728 milhões em 2024. Além disso, o grupo fechou o exercício anterior com 60 lojas e 8.247 funcionários.

Em seguida aparece o Grupo Bahamas – proprietário de diversas redes, dentre elas, a Bahamas Mix, que atua no segmento de atacarejo –, como a terceira maior entre aquelas com sede em Minas e a 15ª empresa no ranking nacional. Ao todo, a empresa somou R$ 4,321 bilhões de faturamento, 84 unidades e 7.643 colaboradores.

Já o Villefort fecha a lista dos mineiros presentes na lista da Abaas com faturamento de R$ 3,301 bilhões, além de 34 operações em funcionamento e 4.882 funcionários. Dessa forma, a empresa fechou o ano na quarta posição em Minas Gerais e na 18ª entre as redes de atacarejo brasileiras.

Loja da rede Mart Minas.
Foto: Mart Minas / Divulgação

Veja quais são as maiores empresas entre as redes de atacarejo mineiras

  • Mart Minas e Dom Atacadista: R$ 11.432.757.233 de faturamento; 86 lojas e 16.171 funcionários;
  • Grupo Supernosso: R$ 4.728.101.662 de faturamento; 60 lojas e 8.247 funcionários;
  • Grupo Bahamas: R$ 4.321.150.318; 84 lojas e 7.643 funcionários;
  • Villefort: R$ 3.301.842.000; 34 lojas e 4.882 funcionários;
  • Total: R$ 23.783.851.213 de faturamento; 264 lojas e 36.943 funcionários.

O executivo de varejo da NielsenIQ, Jonathas Rosa, pontua que todas as redes que trabalham com esse formato no Estado têm demonstrado alinhamento com o desenvolvimento do canal no Brasil, incluindo a taxa de crescimento. “No entanto, a participação do atacarejo mineiro ainda é menor do que a média no Brasil, o que significa um potencial de desenvolvimento do canal na região”, aponta.

Mercado nacional de atacarejo

De acordo com o levantamento, as 22 maiores empresas que atuam no segmento de atacarejo no País somaram mais de R$ R$ 330,211 bilhões ao longo do último ano, o que representa um avanço de 10,45% frente ao registrado em 2023. Elas também alcançaram 2.039 lojas em operação e empregaram 393.438 pessoas.

A pesquisa Movimentações do Atacarejo no Brasil, realizada pela NielsenIQ, aponta que o setor registrou um crescimento de 12,9% nas vendas em 2024, firmando sua posição como a principal escolha de grande parte da população brasileira. Além disso, esse mercado também já começou o ano com alta de 13,9% no primeiro bimestre de 2025.

Para Rosa, esse desempenho é resultado de uma combinação de fatores, como a inflação. Ele lembra que o atacarejo é mais dependente de commodities e produtos que são mais voláteis em relação a posicionamento de preços, devido a sua natureza mais abastecedora.

“Sendo assim, por mais que para o consumidor isso seja algo que impacte negativamente, para o varejo, de forma geral, a inflação é uma alavanca de crescimento, e o atacarejo tem sido beneficiado”, explica.

O especialista também destaca a abertura de lojas e a modernização do canal que começa a trabalhar mais claramente com dois vetores de crescimento. O primeiro seria o aumento do fluxo de loja para um objetivo de compra de reposição, com uma maior oferta de serviços como açougue, fatiamento de frios, padaria e hortifruti. Já o segundo vetor de crescimento é a segmentação das lojas.

“As lojas têm sido cada dia mais segmentadas, adaptadas para perfil de público de cada região através de sortimento e serviços”, relata.

Outro dado interessante é a participação das lojas já em operação no crescimento do segmento. De acordo com o estudo, esse grupo já contribui com 50% do desempenho apresentado pelo atacarejo no País. Para efeito de comparação, no primeiro trimestre do ano passado, essa participação era de apenas 8% do total.

Isso demonstra uma menor dependência da expansão das operações para manter o ritmo de crescimento. Inclusive, o ritmo de aberturas está menos intenso, regredindo de 15,6% de novas lojas em 2022 para 6% em 2024.

Importância dos produtos perecíveis para o crescimento do atacarejo

Loja da rede Apoio Mineiro.
Foto: Divulgação/Apoio Mineiro

Por outro lado, mais de 39% do crescimento do setor está diretamente relacionado à área de produtos perecíveis frescos, como açougue, padaria e frios. Os outros destaques são as commodities e as bebidas, com 21,6% e 12,4% de participação, respectivamente.

Esse movimento, somado ao aumento da frequência e lealdade do público, contribui para a aproximação do canal com os consumidores. O brasileiro costuma fazer compras no atacarejo cerca de 20 vezes ao ano. A penetração do segmento no mercado saltou de 69%, em 2022, para 74% no ano passado, sendo o mais elevado no setor varejista.

Conforme o levantamento, os consumidores pertencentes às classes A e B respondem por 46,4% dos gastos nesse tipo de loja. Esse resultado está acima do observado nos demais segmentos, em que esse grupo representa 36,9% dos gastos.

Outro destaque são as pessoas da classe C, com 43,2% dos gastos totais registrados no atacarejo. O grupo também apresentou o maior avanço na frequência de compras, com alta de 7,8%. Enquanto as classes D e E respondem por 10,4% dos gastos, com avanço de 17,5% no gasto médio e alta de 9,9% no tíquete médio.

O executivo de varejo afirma que o aumento na frequência e lealdade dos consumidores é consequência dos investimentos em serviços que promovem açougue, fatiados, padarias, dentre outras áreas. Ele também acredita em uma ampliação da participação de áreas como açougue, padaria e produtos perecíveis no segmento.

“Existe ainda um parque importante de lojas que não passaram por essa transformação, então é bem possível apostar neste caminho”, diz.

Quanto ao futuro do atacarejo nacional, Rosa aponta que o setor vem se mostrando muito resiliente, inovador e democrático nos últimos anos, mantendo o interesse do público nesse segmento e, consequentemente, a trajetória de crescimento desse mercado.

“O fato é que há regiões bastante desenvolvidas para o atacarejo, como Centro-Oeste e o estado de São Paulo. Mas, demais regiões como Minas Gerais e Rio de Janeiro, ainda apresentam oportunidade de crescimento do canal”, completa.

O segmento de atacarejo no Brasil segue sendo dominado pelas redes Atacadão, do Grupo Carrefour Brasil, e Assaí Atacadista. Juntas elas somam R$ 166,59 bilhões de faturamento e mais 681 lojas no Brasil. Confira a lista das dez maiores redes de atacarejo do País:

  • Atacadão (R$ 86,020 bilhões, 379 lojas);
  • Assaí Atacadista (R$ 80,57 bilhões, 302 lojas);
  • Grupo Mateus (R$ 36,385 bilhões, 272 lojas);
  • Grupo Muffato (R$ 17,433 bilhões, 106 lojas);
  • Grupo Pereira (R$ 15,326 bilhões, 96 lojas);
  • Mart Minas e Dom Atacadista (R$ 11,432 bilhões, 86 lojas);
  • Cencosud (R$ 11,235 bilhões, 233 lojas);
  • Grupo Koch (R$ 10,34 bilhões, 80 lojas);
  • Tenda Atacado (R$ 7,4 bilhões, 45 lojas);
  • Costa Atacadão / Grupo JC (R$ 7,303 bilhões, 15 lojas).

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