Redução da taxa de juros é incentivada pelo setor atacadista

A redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC) é vista com bons olhos e incentivada pelo setor atacadista e distribuidor, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Leonardo Miguel Severini, durante coletiva de imprensa na 43ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto, que ocorre em Atibaia, interior de São Paulo.

“Toda prática de juro alto é muito malvista, mas, muitas vezes, o País, por uma questão macro, tem que implementar sob pena de perder a mão da economia, que é o que sustenta a nossa economia (do setor)”, declarou. O País vive novamente especulações acerca da diminuição – ou mesmo paralisação – do ritmo de cortes na taxa Selic iniciado pelo BC em agosto do ano passado.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início de maio, o corte dos juros foi de apenas 0,25 ponto percentual (p.p.), a metade do ritmo de 0,50 p.p. imprimido pelo BC após o início do ciclo de afrouxamento monetário. Assim, o Brasil continua com a 2º maior juro real do mundo, atrás apenas da Rússia.

Severini ressaltou que o setor atacadista e distribuidor foi bastante afetado quando o BC iniciou a política monetária contracionista em um ritmo acelerado, após a Selic estar em um patamar muito baixo durante a pandemia (2%). Algumas empresas do setor não tiveram capacidade de arcar com o custo dos juros altos e enfrentaram dificuldades. “Esse movimento de redução de taxa de juros é extremamente bem-vindo, pertinente e incentivado pelo nosso setor”, alertou.

Setor atacadista garante abastecimento de arroz

Além da taxa de juros, durante a coletiva, o presidente da Abad destacou que o abastecimento de arroz no País está garantido pelos agentes da cadeia produtiva do produto. Ele afirmou que a associação das empresas do ramo atacadista confia na segurança que ouviu dos órgãos competentes, após a tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul.

O estado gaúcho é o maior produtor nacional de um dos principais ingredientes do prato do brasileiro e a crise climática causou apreensão em relação ao produto no País. “(O abastecimento) está garantido pelo o que a gente ouviu de notícias vindas dos agricultores, dos produtores com relação à colheita, aos estoques e a capacidade logística de implementação, de entregar o arroz para o destino”, declarou.