Economia

Reeleição de Zema agrada a entidades empresariais

Vitória é atribuída à gestão das contas públicas e à melhoria do ambiente de negócios
Reeleição de Zema agrada a entidades empresariais
Crédito: Gil Leonardi/Imprensa MG

As principais entidades de classe de Minas Gerais avaliaram positivamente a reeleição do governador Romeu Zema (Novo) já no primeiro turno. Representantes dos setores produtivos, do agronegócio, financeiro e de comércio e serviços atribuem a vitória à maneira como a equipe de Zema conduziu a gestão das contas públicas e a atração de investimentos privados para o Estado nos últimos anos.

Os entrevistados são unânimes ao citar a retomada do pagamento do funcionalismo público em dia e a melhora do ambiente de negócios em Minas Gerais. Também consideram satisfatória a composição do Legislativo mineiro, alegando que o governo terá maior facilidade de interlocução na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a partir de melhores composições e até mesmo com a própria oposição.

Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governador alcançou 56,18% dos votos válidos no Estado. Alexandre Kalil, do PSD, ficou com 35,08%.

Confira a entrevista exclusiva do governador

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Antônio de Salvo, afirma que a reeleição já era esperada, justamente pelo bom trabalho desempenhado por Zema no primeiro mandato. Ele classifica a atuação da equipe do Executivo estadual como séria e focada, feita por pessoas competentes. E diz que Minas voltou a ser protagonista, atraindo grandes investimentos.

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Especificamente no agronegócio, Salvo diz que o setor precisa continuar tendo acesso ao governador de forma a manter e promover a diversidade mineira. Sobre o Legislativo, ressalta o que chama de “novidades importantes” e maior presença de apoiadores ao governo reeleito. “Certamente o governador vai ter uma governabilidade teoricamente mais fácil. O que é bom para os mineiros, porque pleitos importantes poderão avançar”, completa.

Em relação à eleição para presidente da República, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve 48,43% dos votos válidos e Jair Messias Bolsonaro (PL) 43,20%, o dirigente diz que será preciso aguardar um pouco mais para ver quais serão os posicionamentos de ambos os candidatos. Mas que o resultado comprovou que a democracia funciona muito bem no Brasil.

“Acreditamos e precisamos que respeitem principalmente o agronegócio na cadeia primária, porque garantimos a segurança alimentar não só para os brasileiros, mas também para o mundo. O campo precisa continuar sendo um dos impulsionadores da economia brasileira. E quem quer que venha a ganhar que continue nos respeitando e entendendo o quanto nosso trabalho é fundamental para Minas e para o Brasil”, ressalta.

CDL cita boa gestão e diálogo para vitória na eleição

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva, atribui a reeleição de Zema à associação entre uma boa gestão e a capacidade de dialogar. Quanto ao Legislativo, acredita que o governador aprendeu com algumas dificuldades no decorrer do primeiro mandato e que a renovação da ALMG vai favorecer a administração do Estado.

Zema soube encarar os problemas e foi buscar soluções. Este é o perfil de um bom gestor. Ele também soube conduzir as entregas por meio do diálogo. E quanto ao Legislativo, entendemos que o Novo viu que governar é fazer política; é necessário circular em vários lugares e buscar entendimento em diferentes frentes. Com a renovação da Casa e novas composições será possível contar com uma base maior. Até mesmo com a oposição, é possível que haja mais diálogo em busca de um melhor caminho, o que vai facilitar a conversa entre Executivo e Legislativo”, detalha.

Já sobre o pleito nacional, Silva afirma que espera que a campanha saia da disputa personalizada e que agora as propostas sejam colocadas à mesa. Segundo ele, a população quer saber o que busca cada candidato dentro das suas ideologias. “Que ambos sejam mais claros nas propostas e na forma como pretendem fazer, onde buscarão recursos e entendimentos. Queremos saber as propostas para infraestrutura, segurança e principalmente economia. Porque precisamos gerar emprego, aumentar renda e trabalho para suprir as necessidades sociais do Brasil”, justifica.

O presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de Minas Gerais (Ibef-MG), Júlio Damião, diz que a vitória de Zema ocorreu, sobretudo, porque o governador conseguiu “arrumar as contas do Estado”. Segundo ele, quem é da área de finanças sabe o quanto são importantes questões como previsibilidade e pagamento de contas em dia

Júlio Damião também elogia o secretário de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa. “Ele sempre deixou clara a atuação do Executivo e a responsabilidade sobre as contas de Minas”, afirma. A entidade não se posiciona sobre o pleito nacional.

OAB compara pesquisas e eleição nas urnas

Por fim, a conselheira federal titular da OAB, integrante da delegação de Minas Gerais, especialista em direito eleitoral, Luciana Nepomuceno, afirma que a reeleição de Zema ficou dentro do esperado e do quadro apontado pelas pesquisas. Conforme ela, os resultados da eleição em Minas Gerais mostraram que a associação de Alexandre Kalil com Lula não reverberou suficientemente para tirar a hegemonia do candidato à reeleição.

“As urnas mostraram um quantitativo maior de votos para Zema, o que era esperado até pelo baixo índice de rejeição do governador. As pesquisas diziam que a diferença seria menor, o que não ocorreu. E isso não foi apenas em Minas, mas em outros estados e até na eleição para presidente. A maioria indicava Lula na frente com percentual elevado ao longo dos últimos meses; porém, o presidente Bolsonaro teve um percentual maior nas urnas”, avalia.

Neste sentido, Luciana Nepomuceno lembra que a diferença pode estar relacionada ao recorte do momento da pesquisa, bem como ao panorama dos últimos dias, refletindo diretamente nos votos dos indecisos e até mesmo de quem pensava em escolher por uma terceira via, mas, no fim, optou pelo chamado voto útil. Quanto às expectativas para o segundo turno, a especialista lembra que o cronômetro foi zerado. 

Agora começa uma nova eleição, com novas alianças e com deputados, senadores e grande parte dos governadores podendo concentrar esforços na eleição para presidente. Vamos ter um cenário mais consolidado. E Minas continuará sendo o fiel da balança. O governador Zema já afirmou que não apoiará o PT, até porque o partido ficou com a oposição no primeiro turno. A pergunta que fica é se ele vai declarar apoio ao presidente Bolsonaro ou se vai se manter neutro”, conclui.

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