Reforma Tributária, Inteligência Artificial e Marcos Regulatórios são prioridade na agenda das empresas para 2025

O radar dos Conselhos de Administração e Comitês de Auditoria das grandes empresas estará voltado, no próximo ano, para temas regulatórios, como IFRS S1 (Sustentabilidade) e IFRS S2 (Fatores Climáticos), os impactos da reforma tributária, cadeias de suprimentos e a Inteligência Artificial. É o que revela o estudo anual feito pela EY, “Assuntos relevantes para Comitês de Auditoria”,
As pautas regulatórias estão diretamente relacionadas aos balanços financeiros das empresas, principalmente o IFRS S1 (Sustentabilidade) e IFRS S2 (Fatores Climáticos), que serão mandatórios a partir de 2026 para as companhias abertas no Brasil.
“Esse tema precisa estar no debate dos Comitês de Auditoria para garantir a divulgação correta desses dados seguindo a obrigatoriedade da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Por isso, é importante que diversas áreas da companhia estejam alinhadas”, aponta o sócio de Auditoria da EY Brasil e coordenador da publicação anual pelo EY Center for Board Matters (CBM) no Brasil, Anderson Constantino.
Reforma Tributária
A Reforma Tributária é outra temática que tem que estar no planejamento para 2025, considerando toda a complexidade do sistema tributário brasileiro. Os membros dos Comitês de Auditoria precisam se debruçar sobre alguns desdobramentos, como precificação de produtos e/ou serviços em relação ao mercado e principais concorrentes, impactos da adoção do crédito condicionado aos pagamentos e impactos no caixa da companhia. Além disso, fazer uma eficiente divisão de responsabilidades das diferentes equipes para se adequarem às mudanças necessárias garantindo a uniformidade, transparência e compliance.
Segundo o especialista, mesmo com algumas definições ainda a serem tomadas, as companhias já têm um dever de casa robusto para se adaptarem, considerando que o período de transição da Reforma se inicia em janeiro de 2026. “Assim, é essencial que as empresas comecem a se preparar desde já para a mudança”.
Inteligência Artificial
Muito tem se falado sobre inteligência artificial e sua aplicabilidade em diversos setores e mercados, mas esse tema vai além dos times de tecnologia. É preciso avaliar a exposição a riscos e a conformidade em relação às normas legais e regulamentares. Cabe ao gestore, a partir do entendimento básico da IA para garantir que estejam alinhados com os objetivos da organização:
- Estar atento ao panorama regulatório, como as normas de proteção de dados (LGPD), questões de comércio internacional e de proteção ao consumidor;
- Agenda de pessoas pensando em treinamentos e qualificação da força de trabalho com base nas mudanças causadas pela IA;
- Integração da inteligência artificial com ESG, garantindo alinhamento entre as estratégias e a mitigação de riscos sociais e ambientais associadas ao uso dessa tecnologia
- Equilíbrio adequado entre inovação e governança, mantendo as boas práticas e compliance.
Cadeia de Suprimentos
Os riscos que impactam direta ou indiretamente a cadeia de suprimentos também não podem sair do radar. Por conta de questões macroeconômicas e políticas, há uma tendência de desaceleração global que pode impactar os negócios aqui no Brasil.
E para minimizar esses possíveis riscos é preciso estar de olho nas mudanças climáticas e eventos extremos, segurança cibernética, digitalização e novas demandas dos consumidores.
“Diante desses desafios, recomendamos que os nossos clientes com operações globais e regionalizadas desenvolvam estratégias para identificar, avaliar e gerenciar os riscos da cadeia de suprimentos. A integração de tecnologias, a colaboração estreita com fornecedores, a transparência e a sustentabilidade devem ser componentes chave dessas estratégias para favorecer a continuidade dos negócios e fortalecer a vantagem competitiva em um mundo onde as mudanças acontecem cada vez mais rápido”, destaca Constantino.
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