Economia

Região mineira da Sudene pode ter R$ 3,1 bi do FNE

Região mineira da Sudene pode ter R$ 3,1 bi do FNE
Foto: Banco do Nordeste / Divulgação

Durante a reunião prévia para a Programação do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) 2020, realizada ontem, em Belo Horizonte, ficou proposto que os recursos do fundo a serem investidos na área da Sudene localizada em Minas Gerais poderão chegar a R$ 3,1 bilhões em 2020, valor que é considerado piso e que pode ser ampliado conforme demanda e volume de recursos disponíveis. Os recursos do FNE são administrados pelo Banco do Nordeste (BNB).

A princípio, a proposta, elaborada pelo BNB, previa a liberação de R$ 2,2 bilhões em crédito para investimentos na área da Sudene no Estado em 2020, valor que foi reajustado conforme a demanda dos setores produtivos nas primeiras duas reuniões.

De acordo com o planejamento, agora, o crédito total previsto de R$ 3,1 bilhões para Minas serão disponibilizados por segmentos. Para a agricultura, o valor será de R$ 193 milhões; pecuária, R$ 350 milhões; indústria (R$ 580 milhões); agroindústria (R$ 43 milhões); turismo (R$ 35 milhões); comércio e serviços R$ 257 milhões e infraestrutura R$ 1,65 bilhão.

Em Minas Gerais, para 2019, o valor inicialmente projetado de investimentos com recursos do FNE era de R$ 1,43 bilhão, valor que praticamente já foi superado. De acordo com os dados do BNB, somente entre janeiro e julho, os recursos aprovados somaram R$ 1,33 bilhão e existe ainda R$ 1,65 bilhão em propostas em negociações.

O superintendente do BNB, João Nilton Castro Martins, explica que a reunião teve como objetivo apresentar aos parceiros, empresários e governo a proposta de aplicação dos recursos do FNE na região da Sudene. Ao todo, são feitas três reuniões, sendo uma com o setor rural, uma do setor urbano e a de ontem, que envolve as instituições e governo do Estado. No dia 13 de setembro, em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, haverá outra reunião com o conselho de deliberação da Sudene para apresentar o resultado das reuniões prévias.

“No final do ano, será aprovado um valor piso definido através das reuniões. Em Minas Gerais, os recursos ficam em torno de 5% do valor total a ser liberado pelo FNE, podendo chegar até 26% de todo o recurso. A proposta real era de R$ 2,2 bilhões e já reajustamos, em função dos setores, para R$ 3,1 bilhões”.

Minas Gerais – De acordo com Martins, as maiores demandas pelos recursos do FNE, em Minas Gerais, são para investimentos em energia solar, desde os pequenos que querem investir na produção em casa, até grandes empresas que estão interessadas em instalar usinas de grande porte.

Também existe grande demanda para o repovoamento da pecuária, atividade que é altamente desenvolvida na região, mas que sofreu importantes perdas devido à seca.

“Ao longo dos últimos cinco anos tivemos muitas perdas na pecuária. Somente na área de atuação da Sudene em Minas Gerais, foram perdidas mais de 1 milhão de cabeças. Com as chuvas registradas nesse ano, o interesse pelo repovoamento cresceu”, explicou Martins.

Outro que setor que está com a demanda maior é o da indústria de fármacos, o que, segundo Martins, é importante para agregar valor ao produto primário, gerando desenvolvimento e empregos na região.

A secretária-adjunta da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), Luísa Barreto, que participou da reunião, destacou que a apresentação da programação do FNE foi bem produtiva.

“O BNB apresentou uma meta para 2020 superior a 2019, ou seja, um incremento nos recursos que estarão disponíveis ao setor produtivo no Norte, Jequitinhonha e Mucuri. Vale ressaltar que a meta é um piso, que pode ser ampliado”.

Segundo Luísa, o governo do Estado tem muito interesse em conhecer como os empresários pretendem investir na região da Sudene.

“Temos feito parte da construção do plano de desenvolvimento da região, elaborado pela Sudene, e é muito importante que os investimentos governamentais estejam alinhados com a lógica de desenvolvimento que empresas privadas vão fazer. O Estado deve direcionar a sua infraestrutura e seus investimentos em infraestrutura de forma a garantir que os aportes pretendidos pelo setor privado e pelo setor produtivo possam se concretizar e garantir a geração de renda, em especial, para estas regiões que são as mais carentes de Minas Gerais”.

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