Região Noroeste em BH atrai mais compradores de imóveis do que as áreas centrais da cidade

Um estudo recente da Loft, empresa de tecnologia e serviços financeiros para o setor imobiliário, mostra que as áreas mais procuradas para compra e venda de imóveis em Belo Horizonte não são as regiões Central ou Centro-Sul. Fora do eixo mais valorizado, bairros da região Noroeste lideram o volume de transações.
De acordo com os dados das transações comerciais extraídos da base de dados oficial da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) a respeitos dos imóveis da Capital, por meio do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), as vias com os maiores volumes de compra e venda em 2025, são:
- avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, no bairro Glória, região Noroeste;
- rua Manoel Macedo, no São Cristóvão, também na região Noroeste;
- rua Bogari, no bairro Nova Suíssa, região Oeste da Capital.
Na comparação com o ano passado, o interesse por essas regiões disparou. A avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, por exemplo, liderou as transações com 80 vendas de imóveis somente nos três primeiros meses de 2025, enquanto no mesmo período de 2024, não houve nenhuma venda. A rua Manoel Macedo registrou 45 transações neste ano, e também nenhuma no ano passado. Já a rua Bogari contabilizou 37 novas vendas, um aumento de 270% em relação às 10 transações realizadas em 2024.
Para o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi, esse interesse maior de compradores por áreas fora do eixo central na capital mineira sinaliza uma possível mudança nos padrões de preferência, com uma valorização crescente de outras regiões que tenham boa infraestrutura e potencial de desenvolvimento.
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No caso da avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, o que dita o interesse é a localização estratégica e o acesso facilitado a outras áreas da cidade. Já a rua Manoel Macedo apresenta um perfil mais residencial e tranquilo, o que atrai famílias e investidores em busca de imóveis com boa relação de custo-benefício.
A rua Bogari, por sua vez, é visada pelo comércio local e oferta de serviços, e por ser uma região um pouco mais afastada das áreas centrais. “Via de regra, as ruas com mais vendas receberam novos empreendimentos recentemente”, afirma Takahashi.
Além disso, a rua Bogari teve mais imóveis menores vendidos, com áreas médias que passaram de 76 m², em 2024, para 40 m², em 2025. “Isso indica uma crescente de anúncios de unidades mais compactas. Outro ponto é que o tíquete médio, antes de R$ 404 mil, agora passa a ser R$ 330 mil”, acrescenta.
Demanda diversa
A pesquisa aponta ainda para uma demanda mais diversificada pelas regiões da cidade, com destaque tanto para bairros residenciais quanto para áreas com forte presença de lançamentos imobiliários.
Fábio Takahashi explica: “o levantamento mostra uma movimentação distribuída por regiões com bairros mais consolidados de moradia, como o Santo Agostinho e o Gutierrez, mas também há registros interessantes em áreas com forte presença de lançamentos, como Glória, Estoril e Camargos”, aponta.

Segundo ele, essa diversidade reflete a complexidade e o dinamismo do cenário imobiliário da capital mineira. Os bairros Camargos, Nova Suíssa e Centro se destacam com pelo menos duas vias em cada um contendo um número significativo de transações.
Maior e menor tíquete médio da Capital
Sobre o preço praticado em transações de imóveis em Belo Horizonte, a rua Almirante Tamandaré, no bairro Gutierrez, na região Oeste, lidera em 2025 com o maior tíquete médio de venda, chegando a R$ 2 milhões e com imóveis de área média de 236 m². Já a rua Padre Argemiro Moreira, no bairro Maria Teresa, na região Norte da cidade, apresenta o menor tíquete médio, com R$ 146 mil e imóveis de cerca de 51 m².
Para Takahashi, essa disparidade nos valores evidencia a segmentação do mercado e as diferentes demandas dos consumidores. “Esses dados ajudam corretores, incorporadoras e investidores a identificar regiões com alta liquidez e compreender melhor os tipos de imóveis que estão se destacando nas vendas“, conclui.
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