Economia

Representantes do setor de combustíveis pedem revisão de cortes no orçamento da ANP

Entidades do setor de combustíveis publicaram manifesto nesta terça-feira (24) pedindo a revisão de corte orçamentário pelo governo federal
Representantes do setor de combustíveis pedem revisão de cortes no orçamento da ANP
Na média dos postos pesquisados pela ANP no País, etanol tinha paridade de 67,80% ante a gasolina na semana de 12 a 18 de janeiro | Crédito: Diário do Comércio / Arquivo / Charles Silva Duarte

Entidades do setor de combustíveis publicaram manifesto nesta terça-feira (24) pedindo a revisão de corte orçamentário pelo governo federal que levou a reguladora do setor ANP a anunciar a suspensão de seu Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) por um mês, em julho, e a redução de recursos destinados à fiscalização.

“As medidas anunciadas pela agência são ainda mais trágicas para o setor neste momento em que se observa claramente o escalonamento do mercado irregular”, diz o manifesto, assinado por entidades como Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) e Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). 

“Além disso, a redução dos recursos destinados à fiscalização ocorre depois de verdadeira coalizão para doação de equipamentos de fiscalização”, acrescenta o documento.

Ao anunciar medidas na véspera para se adequar ao orçamento, a ANP afirmou em nota que vem sofrendo restrições financeiras recorrentes nos últimos anos.

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Segundo a agência, a autorização para despesas discricionárias caiu de R$ 749 milhões em 2013 (valor corrigido pela inflação) para R$ 134 milhões em 2024 (-82%).

Para 2025, o valor para despesas discricionárias era de R$ 140,6 milhões, montante que já era considerado inferior à soma das demandas da agência para o exercício, e recentemente foi reduzido pelo governo a R$ 105,7 milhões, de acordo com a ANP.    

“A defesa da legalidade, qualidade e segurança no mercado de combustíveis é quem mais sofre com o enfraquecimento da ANP, comprometendo seriamente sua capacidade de fiscalizar o setor, coibir irregularidades e garantir a proteção do consumidor”, afirma o manifesto.

“A ausência de fiscalização também fragiliza o ambiente de negócios e transmite insegurança jurídica aos investidores e operadores do setor, com efeitos diretos na confiança e estabilidade do mercado.”

O PMQC realiza mais de 16 mil análises mensais e orienta as fiscalizações da ANP, de acordo com o manifesto. Na última suspensão por dois meses, em 2024, irregularidades chegaram a 40% em algumas regiões, segundo as entidades.

“Sem o PMQC, a capacidade de identificar e combater fraudes fica comprometida”, destaca o documento.

Também assinaram o manifesto o Instituto Combustível Legal (ICL), o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Sindicato Nacional Transportador Revendedor Retalhista (Sindtrr) e Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasilcom).

Conteúdo distribuído por Reuters

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