Requerimentos de benefício por demitidos caem em MG

Os pedidos de seguro-desemprego em Minas Gerais somaram 52.278 em novembro, representando o segundo maior volume em todo o País, ficando atrás apenas de São Paulo, que registrou 134.603 requerimentos no mês passado. O Rio de Janeiro apareceu em terceiro, com 31.950 registros e, em âmbito nacional, o número chegou a 446.371.
Apesar disso, o número de solicitações no Estado caiu tanto em relação a outubro quanto ao mesmo período do ano passado. No décimo mês do ano foram 52.422 e em novembro do exercício anterior, 58.883. No acumulado de janeiro a novembro de 2020, foram contabilizados 711.551 requerimentos ao seguro-desemprego, modalidade trabalhador formal, em Minas Gerais. No País, o número chegou a 6.358.411 neste exercício.
Os dados são da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia e refletem não apenas o aquecimento observado em alguns setores econômicos nos últimos meses, mas também a injeção de recursos pelo pagamento do auxílio emergencial por parte do governo federal.
É o que explica o professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Robson dos Santos Marques. Segundo ele, embora o ano tenha iniciado com projeções otimistas no campo econômico, a pandemia da Covid-19 alterou os rumos e agravou a situação, uma vez que de uma alta estimada em 2% para o Produto Interno Bruto (PIB) espera-se agora um recuo de até 5%, que, por óbvio, afeta diretamente o mercado de trabalho em todo o País.
“O desemprego aberto na casa dos 13 milhões mais os desalentados por volta de 5 milhões nos induz a um contingente de 18 milhões de desocupados no País, o que eleva a demanda por seguro-desemprego. O cenário foi afetado pela pandemia, mas amenizado pelos recursos acrescidos pelo governo federal”, ponderou o especialista.
No caso de Minas Gerais, os maiores volumes de requerimentos do benefício ocorreram entre abril e junho, com pico de 103.339 pedidos em maio. A partir de julho, as solicitações começaram a cair e hoje se encontram em patamar inferior ao da pré-pandemia.
“Por três meses consecutivos, foram quase R$ 60 bilhões apenas de auxílio emergencial, fora as medidas adotadas junto ao setor empresarial como forma de manter os empregos. Após este período, as parcelas foram menores, mas continuaram, e alguns setores iniciaram uma retomada, movimentando o mercado de trabalho, especialmente no setor terciário e na construção civil”, afirmou.
Divisão – No detalhamento da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, os pedidos de novembro em Minas Gerais foram assim divididos: 35.542 ou 64,16% dos requerimentos para homens e 18.736 ou 35,84% para mulheres, sendo a grande maioria com grau de instrução de ensino médio completo e de faixa salarial até 1,5 salário mínimo.
Por setor de atividade, a prestação de serviços foi responsável por 33,62% das solicitações; o comércio, por 25,13%; a indústria, 15,9%; a construção, 14,42%; e a agropecuária, 10,93%.
Para o ano que vem, conforme Marques, existe um ambiente propício não para uma recuperação vertiginosa, mas de alguma reação. Além disso, ele alertou que os gestores públicos precisarão analisar e sinalizar o que irão fazer em relação às contas públicas, que também foram fortemente afetadas pela pandemia.
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