Economia

Resouro prevê início das operações de projeto de titânio e terras-raras em Minas Gerais até 2027

Com foco em titânio e terras-raras (ETRs), instalação de planta de demonstração no Alto Paranaíba tem investimento estimado em R$ 500 milhões
Resouro prevê início das operações de projeto de titânio e terras-raras em Minas Gerais até 2027
Intenção da empresa é construir uma planta de demonstração capaz de processar cerca de 200 mil toneladas de minério por ano | Crédito: Divulgação Resouro Strategic Metals

A Resouro Strategic Metals prevê o início das operações do projeto de mineração de titânio e elementos de terras-raras (ETRs) na região do Alto Paranaíba até o primeiro semestre de 2027, de acordo com o diretor-executivo da empresa canadense, Philippe Martins.

A intenção, segundo ele, é construir uma planta de demonstração capaz de processar cerca de 200 mil toneladas de minério por ano. Com base nos primeiros ensaios metalúrgicos da mineradora, estima-se um investimento de aproximadamente R$ 500 milhões na instalação

Martins ressalta que a unidade servirá para testar a viabilidade da lavra e do processamento, além de entender se o mercado vai absorver a produção conforme o esperado. Em caso de sucesso nessa etapa, o próximo passo será ampliar o projeto, implementando uma planta industrial.

“A partir dos resultados da planta de demonstração, certamente será viabilizada uma planta industrial, na qual esperamos que tenha um processamento anual entre três e cinco milhões de toneladas”, destaca ao Diário do Comércio. Conforme ele, ainda não há como precisar quando ocorreria a desejada expansão, nem qual valor seria necessário investir para realizá-la.

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Recursos de classe mundial

As pesquisas minerais de Tiros, como foi nomeado o projeto da Resouro em Minas Gerais, começaram em 2023 e, desde então, houve avanços significativos. Recentemente, a mineradora anunciou que os recursos medidos e indicados aumentaram 37%, chegando a 1,4 bilhão de toneladas de minério, com teores médios elevados: 12% de dióxido de titânio (TiO₂) e 4.000 partes por milhão (ppm) de óxidos de terras-raras (TREO).

Os resultados alcançados estabelecem o ativo como detentor de um dos maiores e mais relevantes recursos do mundo de dióxido de titânio e ETRs, segundo a Resouro. A empresa diz que há mais potencial para crescimento, uma vez que as sondagens foram feitas em menos de 10% dos quase 50 mil hectares de áreas a serem exploradas no Alto Paranaíba. As concessões estão nos municípios de Tiros, São Gotardo e Campos Altos.

Conforme o diretor-executivo, o projeto está em um momento crucial, na fase de testes metalúrgicos. Ele explica que três rotas de processos estão em estudo: uma para apenas titânio, outra para somente terras-raras e uma para multiminerais – esta última é considerada o melhor cenário possível e poderia incluir outros minerais lavráveis encontrados nos depósitos e que a qualidade será analisada na testagem metalúrgica.

“Estamos estudando o projeto para obter garantias para os futuros investidores de que possuímos a tecnologia para separar e agregar valor a esses minerais, de forma a purificá-los em um produto premium de mercado”, sublinha Martins.

Paisagem do local onde a Resouro imagina que estará localizada a cava inicial do projeto de titânio e terras-raras
Local onde a Resouro imagina que estará localizada a cava inicial do projeto | Crédito: Resouro Strategic Metals/Divulgação

Empresa venderá ativo no Mato Grosso para financiar projeto em Minas

A Resouro possui outro projeto no Brasil, de mineração de ouro, também em fase de pesquisa mineral. O ativo tem quase 17 mil hectares e está localizado no Mato Grosso.

Martins revela que a mineradora pretende usar o ativo como fonte de recursos para desenvolver o projeto em Minas Gerais. Para isso, pretende vendê-lo, recebendo um valor inicial e o restante do pagamento em parcelas a serem quitadas até a conclusão da venda, além de incluir no negócio o recebimento de royalties da futura produção.

“Estamos com conversas avançadas com duas empresas. Acredito que conseguiremos concluir um dos acordos no início de maio”, afirma.

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