Economia

Grupo responsável pelo Rodoanel mantém otimismo com alças Sul e Sudoeste

As alças Sul e Sudoeste fazem parte da segunda fase das obras da rodovia
Grupo responsável pelo Rodoanel mantém otimismo com alças Sul e Sudoeste
A construção do Rodoanel vai desafogar o trânsito da Via Expressa e do Anel Rodoviário de Belo Horizonte e conectar cidades da região metropolitana | Crédito: Divulgação DER-MG

Mesmo sem recursos do Acordo de Mariana, o grupo italiano INC S.P.A., responsável pela concessão do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte, está otimista que o governo estadual, nos próximos cinco anos, acione os gatilhos contratuais para novos investimentos que viabilizarão as alças Sul e Sudoeste do trajeto. Os recursos podem partir até mesmo de uma economia com desapropriações.

O branch manager da INC S.P.A., Nicola Trovato, mantém o otimismo mesmo com a situação atual, em que o governo está sob teto de gastos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), implementado por decreto pelo governador Zema (Novo), que inibe investimentos. Ele crê que empresas e sociedade reivindicarão as obras após a conclusão da fase 1 da rodovia.

“Nossa concessão é de 30 anos. No momento que terminar a implantação dos primeiros 70 km, todos vão entender qual é o real benefício de terminar os próximos 30 km e qual pode ser o grande benefício que a sociedade vai receber. Confio muito nisso”, disse Trovato, durante reunião com o Conselho Empresarial de Infraestrutura e Logística da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas).

As alças Sul e Sudoeste fazem parte da segunda fase das obras da rodovia, que farão o Rodoanel Metropolitano alcançar, ao todo, 100 km de extensão e 11 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Apesar de ter apenas 30 km, o custo estimado é de R$ 5 bilhões, o mesmo da primeira fase, devido a 5 km de túneis que encarecem as obras.

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Ambas estão previstas como “novos investimentos” no contrato de concessão e dependem do acionamento desse gatilho contratual para a construção. A expectativa da concessionária Rodoanel BH S/A, de propriedade da INC S.P.A., era de que, assim como ocorreu com o acordo de reparação pela tragédia em Brumadinho, o Acordo de Mariana, assinado no mês passado, pudesse gerar recursos para o governo estadual poder acionar a cláusula.

A primeira fase da rodovia, com as alças Oeste e Norte, passa por oito municípios da RMBH. Os R$ 5 bilhões de investimentos contam com R$ 3,072 bilhões do acordo de reparação pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, e R$ 2 bilhões da concessionária.

O Acordo de Mariana destinou R$ 2 bilhões para obras e serviços nas rodovias do lote Ouro Preto – Mariana, na região Central de Minas Gerais, com prioridade para a duplicação da BR-356, no trecho do entroncamento com a BR-040 até o entroncamento com a rodovia MG-129. O governo estadual deu prioridade à BR-356 no acordo pela rodovia passar no epicentro da tragédia e na maioria dos municípios atingidos.

Agora, Nicola Trovato espera que uma maior eficiência nos processos da construção da fase 1, como nas desapropriações, possa gerar uma economia que poderá realocar recursos como novos investimentos para a fase 2. “Um exemplo simples: você tem R$ 500 milhões para desapropriação. No projeto você gastou R$ 300 milhões. Esses R$ 200 milhões vão para a conta de contingência que o Estado pode utilizar para equilíbrio econômico-financeiro ou apertar o gatilho contratual”, explicou.

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