Resultado fica negativo em Minas

Embora mantenha uma trajetória de recuperação, o comércio varejista em Minas Gerais apresentou queda de 3,1% no volume de vendas de setembro em relação a agosto de 2018. Ainda segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no acumulado de 12 meses houve aumento de 2,8%.
A economista do IBGE, Cláudia Pinelli, comenta que a pesquisa do comércio está relacionada à geração de renda e ao consumo das famílias. Assim, apesar dos valores acumulados ainda positivos, ela ressalta que o avanço do setor tem sido cada vez menor, resultado da perda de dinamismo da economia.
“A fragilidade do mercado de trabalho tem gerado incapacidade de fôlego para recuperação. Para uma retomada da economia é necessário o consumo das famílias. A falta de reação do mercado de trabalho, pelo menos com o trabalho formal, faz com que as famílias não conseguem consumir”, explicou.
Na comparação com setembro de 2017, o levantamento do IBGE mostra que as vendas do comércio varejista em Minas apresentaram recuo de 1,4%, também refletindo a perda de ritmo de crescimento do setor. Além disso, Cláudia Pinelli explica que, o mesmo mês do ano passado foi uma base de comparação forte uma vez que havia renda disponível com liberação do FGTS para o consumo das famílias.
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Ampliado – Considerando o comércio varejista ampliado, que abrange veículos, motocicletas, partes e peças e material de construção, Minas apresentou recuo de -0,8% na comparação de setembro de 2018 com o mesmo mês do ano anterior.
Tomando-se a variação acumulada em 12 meses e incluindo os resultados do volume de vendas do comércio varejista ampliado em setembro deste ano, os hipermercados e supermercados apresentaram a maior variação positiva no acumulado dos 12 meses, de 13,1%. A atividade veículos, motocicletas, partes e peças registrou, na mesma base comparativa, um avanço de 11,4%.
Por outro lado, a atividade referente a móveis mantém, em Minas Gerais, resultados negativos por longos períodos e apurou variação negativa de 12,8% no acumulado dos 12 meses em setembro.
“O setor de veículos vem em uma recuperação muito boa após uma crise intensa e tem mantido o comércio varejista ampliado com indicadores melhores. O setor da construção também começou a apresentar melhoras e consegue resultados positivos”, completou Cláudia Pinelli. (ACD)
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