Resultado do primeiro bimestre surpreende indústria de autopeças em Minas

O desempenho do primeiro bimestre deste ano surpreendeu positivamente a indústria de autopeças no Estado, segundo o diretor do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) em Minas Gerais, Fábio Sacioto. “A expectativa era de estabilidade, só que o resultado foi 15% acima do verificado no ano passado”, diz. O diretor conta que os dados de março ainda não foram fechados e disse acreditar que o desempenho positivo deve ser mantido.
Ele explica que o resultado da atividade em Minas está relacionado ao ritmo de produção da Stellantis, que se manteve elevado, impulsionado pelo lançamento dos veículos híbridos. O diretor acrescenta que a empresa, que detém as marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, lidera as vendas do setor no País.
De acordo com informações da Stellantis, foram 104,7 mil unidades comercializadas nos dois primeiros meses do ano, com 31,3% do mercado, que representam um avanço de 9,5 mil em vendas e 0,5 ponto percentual (p.p.) na participação em relação ao ano anterior. “Isso favorece a indústria de autopeças em Minas porque o principal cliente é a Stellantis”, observa.
Ele acrescenta que os investimentos em curso da montadora estão incentivando os aportes da indústria de autopeças no Estado em diversas áreas, como tecnologia e especialização de mão de obra. “Os fornecedores têm que acompanhar”, diz.
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No mês passado, a empresa inaugurou o Centro Stellantis de Desenvolvimento de Produto & Mobilidade Híbrida – Flex – o TechMobility – no polo automotivo em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
O investimento para desenvolvimento de motores faz parte do projeto de R$ 30 bilhões a serem investidos pela montadora de 2025 até 2030 no Brasil.
Garantias – Sacioto acrescenta que o Marco Legal das Garantias (Lei 14.711/2023), que autoriza a busca e apreensão extrajudicial de veículos, em caso de inadimplência, contribui para o bom desempenho do setor, já que ajuda a reduzir o spread dos bancos.
Em janeiro deste ano, o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Arcelio Alves dos Santos Júnior, disse que o resultado positivo de 2024, com crescimento de 14,15% na venda de veículos novos (que inclui automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões), pode ser explicado principalmente pela oferta de crédito, que se expandiu com a aprovação do Marco Legal das Garantias.
Apesar do desempenho positivo registrado nos primeiros meses do ano, o diretor do Sindipeças em Minas Gerais diz que há entraves, entre eles os elevados custos financeiro e logístico no País. “É o Custo Brasil. Esperamos que com a reforma tributária a situação mude”, frisa.
Apesar do aumento da taxa básica da economia, a Selic, que interfere nos financiamentos dos veículos, ele espera que a atividade registre crescimento neste ano. “A perspectiva para 2025 é de um crescimento do mercado automotivo no Brasil de 3% da produção”, diz.
No mês passado, por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), aumentou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Foi a quinta alta seguida da Selic. A taxa está no maior nível desde outubro de 2016, quando também estava em 14,25% ao ano. A elevação consolida um ciclo de contração na política monetária.
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