Economia

Resultados do setor de vestuário estão aquém do esperado no Estado

Para os próximos meses, o presidente do Sindivest-MG afirma que existe uma certa esperança de que as comercializações voltem a crescer
Resultados do setor de vestuário estão aquém do esperado no Estado
Entre os fatores que afetam a indústria está a desoneração de importações | Crédito: Alisson J Silva/Arquivo Diário do Comércio

Há pouco mais de 20 dias começou o inverno brasileiro, época especialmente importante para o setor do vestuário, que pode aproveitar a demanda sazonal para impulsionar as vendas e alcançar resultados positivos.

Em Minas Gerais, no entanto, não é o que vem acontecendo. Conforme o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Minas Gerais (Sindivest-MG), Rogério Vasconcellos, as negociações do período estão bem abaixo do que as empresas esperavam.

Ele explica que a economia do País, a política econômica do governo federal e a isenção de imposto para compras internacionais de até US$ 50 vêm atrapalhando as vendas do setor. A estimativa, inclusive, é que as transações do inverno deste ano sejam inferiores às do exercício passado.

Os mesmos motivos ainda corroboraram para que, no primeiro semestre, a indústria de vestuário mineira registrasse uma queda de cerca de 15% frente a igual intervalo de 2022.

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Para os próximos meses, o presidente do Sindivest-MG afirma que existe uma certa esperança de que as comercializações voltem a crescer. No entanto, ressalta que esse otimismo é inerente aos empreendedores brasileiros, pois caso contrário, acabariam desistindo de empreender.

“Temos que estar sempre acreditando que vai ter melhora no amanhã. Esperamos que com a reforma tributária as coisas melhorem também. Mas o mais importante é essa questão dos produtos importados estarem sem tributação. O nosso grande problema hoje é isso: o governo indo na contramão do mercado mundial. É a maior dificuldade que temos passado”, enfatiza.

Indústria têxtil de malhas projeta estabilidade nas vendas

Por outro lado, o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindimalhas-MG), Aroldo Campos, projeta uma estabilidade nas vendas de inverno em 2023. Segundo ele, as negociações estão dentro das previsões, o que significa que o setor não deve registrar nem crescimento, nem retrocesso na comparação com 2022. Salienta, porém, que essa estimativa ainda pode mudar, a depender de como se comportará o frio nos próximos dias.

Campos esclarece que o setor dispõe de dois grandes blocos de comercializações de inverno. A primeira é a chamada venda programada, aquela que acontece com antecedência, em meados de janeiro a março. A segunda é a que ocorre no momento, durante a estação, denominada de pronta-entrega. Essa, de acordo com ele, varia conforme a intensidade da temperatura nas regiões: se faz muito frio em São Paulo, as transações aumentam, assim por diante.

É relevante destacar que a estação mais fria do ano também é estratégica para as companhias têxteis de malhas. Isso porque, na medida em que as temperaturas caem, a procura por roupas quentes aumenta, estimulando a produção, as vendas e o crescimento da atividade.

Isenção às compras internacionais também impacta o setor, que aguarda pela reforma tributária

Do mesmo modo que vem afetando as empresas de vestuário no Estado, a decisão do governo federal de não cobrar o imposto de importação para compras on-line de até US$ 50, tem gerado consequências negativas na indústria mineira têxtil de malhas. Segundo Campos, os números do primeiro semestre ainda não estão fechados, mas ao que tudo indica, o setor ficou bem na média.

“O problema é que tem parte do setor indo bem e parte andando de lado. Não é algo homogêneo. O varejo está sofrendo demais, principalmente com a invasão dos importados do e-commerce. Isso está sendo um câncer para o setor, e afeta toda a cadeia”, salienta.

Conforme o presidente do Sindimalhas-MG, uma ponta do setor, o varejo, por ter um alto custo operacional, está sofrendo bastante. A outra ponta, a indústria, embora também esteja sendo impactada porque precisa vender, está um pouco melhor. Já a parte do fornecimento de insumos para a confecção, segundo ele, sofre menos, visto que tem um custo de venda menor.

Nesse contexto, Campos ressalta que a atividade deve fechar 2023 estável, e a expectativa é para o desenvolvimento dos próximos anos. Para isso, aguardam a reforma tributária, pois, de acordo com ele, seus detalhes que vão ditar os rumos do mercado, fazendo com que investidores tenha segurança e tranquilidade para desengavetar projetos, projetar novos e efetuar investimentos.

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