Economia

Retomada gradual puxa alta nas vendas do comércio no Estado

Retomada gradual puxa alta nas vendas do comércio no Estado
Crédito: Manoel Evandro

A reabertura do comércio varejista em diversos municípios do Estado contribuiu para o aumento de 2,5% no volume de vendas do segmento em junho em comparação a maio, na série com ajuste sazonal. A pesquisa foi divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do avanço verificado no sexto mês de 2020, a supervisora de pesquisa econômica do órgão, Claudia Pinelli, destaca que o incremento não foi tão grande como o registrado em maio, quando o Estado registrou um crescimento de 17,1%.

Esse avanço menor, explica a supervisora, está relacionado ao fato de que os dados de maio foram comparados com os de abril, ou seja, com uma base muito fraca. Na época, lembra ela, a maior parte dos estabelecimentos estava fechada devido às medidas de distanciamento social.

Os dados do IBGE também revelam que a média nacional de crescimento do comércio varejista foi de 8%. Acerca dessa diferença em relação aos números de Minas Gerais, Claudia Pinelli explica que também está relacionada ao isolamento, que foi vivenciado de diferentes maneiras pelos estados do País.

“O retorno do isolamento como um todo está muito diferenciado no Brasil. Estados que fizeram o fechamento mais cedo e que retornaram mais cedo estão apresentando agora um maior crescimento das atividades. Estados que tiveram o isolamento retardado apresentam menores taxas. O Brasil fica na média”, salienta.

Apesar de Minas Gerais ter ficado atrás da média nacional em junho em relação a maio, quando se compara o sexto mês do ano com igual período de 2019, o crescimento foi de 2,7% no Estado enquanto no Brasil foi de 0,5%. Na variação acumulada nos últimos 12 meses, o Estado também apresentou números positivos (0,9%).

No entanto, quando se trata da variação acumulada do ano no primeiro semestre, o resultado ainda é negativo, com queda de 2,2% em Minas Gerais.

Segmentos – Os dados do IBGE também revelam que em junho oito das 11 atividades pesquisadas pela entidade apresentaram crescimento em relação a igual período de 2019. Os destaques foram para móveis (24,9%), eletrodomésticos (10,8%) e hipermercados e supermercados (6,8%).

“Supermercados, hipermercados, artigos farmacêuticos já vinham apresentando números positivos, pois são atividades essenciais”, argumenta Claudia Pinelli. “No caso do crescimento verificado em móveis e eletrodomésticos, destaca-se o fato de que muitos estabelecimentos têm conseguido fazer as vendas on-line”, justifica.

Já as quedas mais consistentes foram verificadas em livros, jornais, revistas e papelaria (-48,3%) e tecidos, vestuário e calçados (-33,3%).

No que diz respeito ao comércio varejista ampliado, houve crescimento do setor de material de construção (20,4%) e queda no setor de veículos, motocicletas, partes e peças (-5,1%). 

Expectativas – Apesar de os números apontarem para uma retomada do segmento, Claudia Pinelli frisa que ainda não é possível cravar um futuro promissor. Isso porque, lembra ela, o momento ainda não é de certezas.

“A qualquer momento, pode ser que feche tudo de novo”, pondera a supervisora do IBGE, o que pode refletir nos dados do setor. No entanto, avalia, mantendo a abertura, espera-se que os indicadores mostrem números melhores.

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