Economia

Ricardo Amorim afirma que Brasil tem “bilhete premiado”

Fiemg promove “Imersão Indústria - Cenários Brasileiros” e reúne time de especialistas; Ricardo Amorim é destaque
Ricardo Amorim afirma que Brasil tem “bilhete premiado”
Um dos economistas mais influentes do País, Amorim diz que maior desafio é segurar inflação | Crédito: Sebastiao Jacinto Júnior

“Os mercados de alta nascem no pessimismo, crescem no ceticismo, amadurecem no otimismo e morrem por euforia”. A frase de John Templeton foi uma das citações usadas pelo economista Ricardo Amorim para explicar o atual momento econômico brasileiro. Conforme ele, em meio ao caos mundial – efeito da pandemia de Covid-19 e da guerra da Rússia com a Ucrânia –, o Brasil se destacou entre as 20 maiores economias mundiais (G20), com a maior redução da taxa de desemprego, a quarta menor inflação acumulada do ano e a segunda moeda com melhor desempenho em relação ao dólar.

O maior influenciador brasileiro no LinkedIn e considerado pela Forbes o economista mais influente do País foi um dos palestrantes do “Imersão Indústria – Cenários Brasileiros”. O evento, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), reuniu grandes nomes do mercado para debater sobre economia e política. Alguns dos temas discutidos foram a responsabilidade fiscal, reforma tributária, governabilidade e confiança do empresariado. 

Para Amorim, mais uma vez o País tem uma espécie de “bilhete premiado” nas mãos, com grandes oportunidades. Entretanto, esse bilhete não pode ser jogado fora como já ocorreu em outros momentos. Ele cita como um fator promissor a matriz energética brasileira – considerada a mais limpa de todos os países do G20 – e a potência ambiental – que ainda não está sendo totalmente explorada. Lembra ainda que, embora a China hoje esteja exportando menos commodities, ela voltará em algum momento a aumentar a importação desses produtos. O reflexo será a maior entrada de dólar no Brasil, consequentemente, mais investimentos, produtos importados mais baratos, redução da inflação e dos juros. 

Segundo o economista, o Brasil deve fechar este ano com crescimento superior ao País asiático e com o índice inflacionário inferior ao dos Estados Unidos. Para manter esse crescimento, ele defende a importância da responsabilidade fiscal por parte dos novos governantes, de forma que a credibilidade do País não caia diante do empresariado que investe ou pretende investir por aqui. Reitera ainda que não se deve gastar além do que deve, e que para alocar recursos em pautas prioritárias é necessário reduzir gastos em outras frentes. 

“O Brasil vive hoje um momento ímpar, no qual está cheio de oportunidades gigantes na economia. Mas tem uma única condição para que elas possam se materializar: o País precisa afastar riscos de que a sua credibilidade desabe – e isso acontecendo todas essas oportunidades vão embora”, afirma. 

“Hoje estamos melhor posicionados do que praticamente o mundo inteiro para atacar o maior desafio econômico que existe, que é segurar a inflação e para que isso possa se transformar em mais crescimento econômico a estabilidade fiscal não pode ser jogada fora. Se for, as oportunidades vão embora junto com ela”, completa.

Para o cientista político e diretor-executivo para as Américas do Grupo Eurásia, Christopher Garman, e para o fundador e sócio da Arko Advice, Lucas de Aragão, o País tem condições de crescer de forma sólida nos próximos anos, graças à matriz energética renovável. Eles apostam que o Brasil pode se tornar atrativo para investimentos na América Latina neste momento de incertezas globais. 

Em relação aos gastos públicos e às mudanças que podem acontecer durante o governo Lula, eles creem que depende de articulações políticas e condições de governabilidade. Ambos participaram do primeiro painel do encontro realizado pela Fiemg, que foi mediado pela jornalista e analista política da CNN Brasil, Thais Arbex. 

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