Economia

Ricardo Eletro reverte decreto de falência

Ricardo Eletro reverte decreto de falência
Crédito: Alessandro Carvalho

A mineira Ricardo Eletro, controlada pela Máquina de Vendas, acaba de reverter a decisão do juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo, Leonardo Fernandes dos Santos.

Na última quarta-feira (8), ele havia decretado a falência da rede varejista devido ao “esvaziamento patrimonial” da empresa.

A informação foi confirmada ao DIÁRIO DO COMÉRCIO pelo CEO da Ricardo Eletro, Pedro Bianchi, atual presidente e controlador da Máquina de Vendas.

“Conseguimos uma liminar revertendo a decisão açodada do juiz. Com a nova decisão, continuaremos operando normalmente”, disse.

A Ricardo Eletro possui uma dívida de R$ 4,6 bilhões e entrou com processo de recuperação judicial em 2020. O plano foi aprovado em setembro do ano passado e aguarda homologação da Justiça.

Por meio de nota a empresa comentou que havia sido surpreendida com a decisão de falência no processo de Recuperação Judicial que está em curso na 1ª Vara de Recuperação e Falência do Foro Central da Comarca de São Paulo. Disse que a posição da Presidência, Diretoria e todo corpo jurídico é de completa discordância da decisão proferida.

“Não cabe ao poder judiciário decidir sobre viabilidade econômico-financeira sobre empresa e sim a empresa e seus credores. Por considerarmos a decisão absolutamente infundada juridicamente, o jurídico do Grupo Máquina de Vendas já está tomando todas as medidas de urgência para reverter a decisão, e confia-se que nas próximas 48 horas será proferida uma nova decisão, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, revogando todos os efeitos dessa decisão”.

A reportagem teve acesso ao agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo à decisão. No texto consta o argumento de que a decisão foi emitida sem que qualquer credor/interessado nos autos de origem tivesse requerido a decretação da falência. E antes mesmo que as recuperandas tivessem a oportunidade de prestar esclarecimentos ou se posicionarem sobre os fundamentos adotados para justificar a quebra.

E que estaria impossibilitada de aplicar as medidas de reestruturação previstas no plano de recuperação judicial. “…não se pode perder de vista haver inequívoco e inafastável periculum in mora, na medida em que a manutenção da quebra poderá gerar danos irreversíveis, comprometendo a instrumentalidade recursal e o próprio direito das agravantes, tudo a recomendar a suspensão da decisão recorrida até o julgamento deste recurso pelo Colegiado”, diz a liminar.

O CEO da Ricardo Eletro, Pedro Bianchi, comemorou a decisão. E voltou a frisar que nenhum dos 17 mil credores pediu a falência da companhia. E que permanecem os planos de retomar as operações.

O que aconteceu com a Ricardo Eletro?

A empresa foi fundada em 1989 pelo empresário Ricardo Nunes, no interior de Minas Gerais. A empresa, que chegou a ter 1,2 mil lojas e a faturar R$ 9,5 bilhões. No auge das operações ocupava grande fatia do mercado ao lado de gigantes como Casas Bahia, Ponto e Magazine Luiza. Hoje atua por meio de uma operação remodelada para o formato digital, segundo o grupo controlador Máquina de Vendas.

Ao todo são mais de 30.000 SKus cadastrados com mais de 3.000 já online. “Inclusive com marcas famosas e de primeira linha em categorias importantes como celulares, utilidades domésticas, móveis, esportes e lazer e outros”, diz a empresa.

Por fim, a Máquina de Vendas afirma na nota emitida à imprensa que entende que a fase mais difícil de seu processo de recuperação judicial já acabou, quando houve a aprovação da assembleia de credores.

“Agora, o foco é a estabilidade operacional e aumento de faturamento. Entre as medidas já adotadas, estão: enxugamento de custos fixos em mais de 90%; + de 30 contratos de marketplace assinados; CRM ativo; reformulação da marca, performance digital, sendo que em dezembro de 2021, o Grupo MDV contratou a Peace, agência de performance e otimização digital. Em pouquíssimo tempo, a Ricardo Eletro está em 1º lugar em posicionamento competitivo orgânico contra mais de 2.863 lojas online, com alcance de 13,1 milhões de usuários”, aposta.

A expectativa da empresa é de encerrar 2022 com faturamento (GMV) mensal acima de R$ 100 milhões.

Informações atualizadas em 10/06/22 às 19h32

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