Economia

Risco de racionamento é de 3%, diz a XP

Risco de racionamento é de 3%, diz a XP
Crédito: REUTERS/Jesus Bustamante

Rio de Janeiro – Com uma matriz energética brasileira mais diversificada e um sistema de transmissão mais robusto, o País vive hoje um cenário diferente do sofrido há 20 anos, e o risco de racionamento de energia nos próximos 12 meses é de apenas 3%, disseram analistas da XP Investimentos em relatório divulgado na sexta-feira (2).

O governo tem adotado diversas medidas para garantir o abastecimento de energia do Brasil, diante de uma grave crise hídrica nos reservatórios das hidrelétricas do País, principais responsáveis pela geração elétrica. Até então, o governo vem descartando hipóteses de racionamento.

Na véspera, a câmara criada pelo governo para buscar medidas de garantia do suprimento chamada Creg teve sua primeira reunião, onde foram estabelecidas suas regras de funcionamento, além de nivelar o conhecimento dos participantes.

“Embora estimemos que os reservatórios atinjam níveis historicamente baixos (18% em novembro/2021 para o SIN consolidado), há capacidade térmica suficiente para ser utilizada e evitar medidas mais dramáticas, disseram os analistas da XP Victor Burke e Maíra Maldonado.

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“O modelo não encontra uma solução se a energia natural afluente (ENA) média para os próximos doze meses ficar abaixo de 50% da média de longo prazo (MLT), só então o racionamento de energia seria deflagrado. De acordo com nossas estimativas, a probabilidade de a ENA ficar abaixo de 50% (e portanto de termos racionamento) é de 3%.”

Dessa forma, os analistas frisaram ver como “muito improvável um racionamento de energia para os próximos 12 meses”. Segundo eles, o Sistema Interligado Nacional (SIN) tornou-se mais preparado para lidar com cenários de estresse do que em 2001, quando foi necessário um racionamento.

O sistema de transmissão, pontuou a XP, cresceu 136% enquanto a demanda avançou apenas 93%, reduzindo as restrições no sistema e permitindo mais flexibilidade ao seu operador (ONS). Além disso, há 20 anos, 83% da capacidade instalada era proveniente de fontes hídricas, hoje apenas 65% da matriz energética provém de hidrelétricas, graças à adição de fontes térmicas, eólicas e solares ao sistema.

Carga – A carga de energia do Brasil deverá avançar 4% em julho frente ao mesmo mês do ano passado, apontou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em boletim na sexta-feira (2), no qual reduziu a previsão apresentada na semana passada, que era de avanço de 4,7%.

Todas as regiões apresentaram redução da carga prevista. No Norte, onde haverá crescimento mais intenso na carga de energia, a previsão é de alta de 7,6%, ante 7,9% anteriormente. No Nordeste, é estimada elevação de 6,9% (ante 7,1%).

Já no Sul a alta projetada agora é de 3,4% (contra 3,5% antes) e no Sudeste/Centro Oeste o avanço é de 2,9% (contra 4% antes.

O ONS apontou ainda que o quadro de chuvas escassas na região das hidrelétricas do país deve seguir em vigor, com as precipitações na área das usinas do Sudeste e Centro-Oeste – que concentra os maiores reservatórios – estimadas em 62% da média histórica para julho, leve queda ante previsão anterior de 63%.

No Nordeste, segunda região em armazenamento, a estimativa ficou em 42%, contra 43% na semana anterior. No Sul, o índice está projetado em 57% (ante 53% anteriormente), enquanto no Norte em 79% (contra 80% antes). (Reuters)

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