Ritmo de crescimento da indústria é menor em MG

A produção industrial em Minas Gerais cresce em ritmo menor, de acordo com a Sondagem Industrial, divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Em agosto, o índice de evolução da produção teve uma pequena retração de 2,2 pontos, ante julho, atingindo 53,3 pontos.
Apesar do recuo, o indicador permaneceu acima dos 50 pontos, o que aponta crescimento no período. “Isso significa que o ritmo de crescimento da produção foi menor que no mês anterior. Ou seja, pela quarta vez consecutiva, houve crescimento da produção. O índice acumulou aumento de 5,5 pontos em 2021 e foi superior à sua média histórica 47,7 pontos”, explica a economista da gerência de Economia e Finanças Empresariais da Fiemg, Daniela Muniz
A economista afirma que o resultado representa a recuperação heterogênea e ritmo gradativo das empresas. “Mesmo com o avanço da vacinação, ainda temos indústrias em recuperação de forma desigual, ou seja, algumas crescem mais outras menos. Isso ainda ocorre devido à falta de matéria-prima, insumos, instabilidade de produção e até mesmo o avanço da vacina na região pode determinar o resultado”.
O índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual diminuiu 1,1 ponto entre julho 49,4 pontos e agosto 48,3 pontos. Conforme informações da pesquisa, pela nona vez consecutiva, o indicador mostrou que as indústrias operaram com capacidade produtiva inferior à habitual para o mês, ao ficarem abaixo dos 50 pontos. O índice ficou estável frente ao apurado em agosto de 2020.
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A pesquisa mostra ainda que as empresas registraram um pequeno recuo em seus estoques de produtos finais, com indicador de 49,8 pontos em agosto, e encerraram o mês com os níveis de estoques abaixo do planejado: o índice marcou 48,4 pontos.
Desde maio de 2020 os níveis de estoques permanecem abaixo do desejado pelas empresas, tendo em vista a dificuldade na aquisição de insumos e matérias-primas. “A oferta e a demanda desse fornecimento para as indústrias ainda não normalizaram. A expectativa era de que quando a produção voltasse os insumos voltariam à normalidade. Exemplo disso são os semicondutores para a indústria automotiva e também para as fábricas de linha branca”, reforça Daniela Muniz.
Quanto à expectativa da demanda, a pesquisa marcou 58 pontos em setembro, recuo de 2,3 pontos em relação a agosto (60,3 pontos). Na comparação com setembro do ano passado 62,2 pontos, o indicador decresceu 4,2 pontos. O indicador de expectativa de compras de matérias-primas diminuiu 2,3 pontos entre agosto (58,8 pontos) e setembro (56,5 pontos).
Apesar da retração, o índice mostrou perspectiva de evolução das compras de matérias-primas. Ante setembro de 2020 (59,4 pontos), o indicador caiu 2,9 pontos. O indicador de expectativa do número de empregados marcou 55 pontos em setembro, queda de 0,5 pontos na comparação com agosto (55,5 pontos).
Geração de empregos
O índice de evolução do número de empregados marcou elevação do emprego pelo 14º mês seguido – embora em menor intensidade frente ao mês anterior – e registrou 51,2 pontos em agosto. A pesquisa apontou queda de 1,3 pontos ante a julho 52,5 pontos e 5,4 pontos em relação a agosto do ano passado 56,6 pontos.
Mesmo com o recuo, o índice sinalizou perspectiva de elevação do emprego no curto prazo. Frente a setembro de 2020 (54,7 pontos), o indicador apresentou pequeno avanço, de 0,3 pontos, e foi o maior para o mês desde 2011, início da série histórica mensal. “Mesmo com recuo, os empresários seguem otimistas para os próximos seis meses. Alguns fatores ainda preocupam, como a alta da inflação, incertezas institucionais, crise hídrica e o recuo do consumo da população”, detalha a economista Daniela Muniz.
A economista estima que o crescimento para a indústria continue, porém desacelerado principalmente devido às incertezas econômicas vividas no País, que estão afetando principalmente em projetos de investimentos no setor industrial.
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