RMBH tem nova deflação com ajuda de combustíveis

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta terça-feira, os dados do IPCA-15 para o mês de outubro. O indicador permanece apontando uma deflação nos preços na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com queda de 0,04%. No acumulado de 12 meses, a variação mostrada pela prévia é de 5,51%, sendo o segundo menor resultado em comparação às outras dez capitais brasileiras contempladas na pesquisa.
De acordo com a prévia da inflação, nacionalmente, o indicador voltou a ter alta após dois meses de deflações consecutivas. O resultado foi de 0,16% na base mensal, acima inclusive da média das projeções de mercado, que previa algo próximo a 0,1%. Isso fez com que acumulasse alta de 6,35% em 12 meses, sendo uma desaceleração em relação à leitura anterior, que foi de praticamente 8%.
Em relação à RMBH, quatro segmentos apresentaram queda, segundo o levantamento do IBGE, e contribuíram para a baixa nos preços. A deflação foi mais significativa para o grupo de transportes, com 1,11% negativo. Em segundo, aparece o grupo de artigos de residência, com recuo de 0,96%, seguido do grupo de comunicação, com baixa de 0,74%, e o grupo de habitação, com deflação de 0,16%.
Diante das duas principais reduções, o economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida, explica quais os fatores resultaram nesse panorama.
“Basicamente a influência segue com mote principal a queda do nível de preços tanto do segmento de transportes, por conta dos combustíveis, quanto do grupo de comunicação. A gente tem que lembrar da Lei Complementar 194, de junho, que fixou a alíquota máxima de ICMS tanto para combustíveis, quanto para energia elétrica e comunicações”.
“Então, ocorre uma defasagem no repasse disso para o preço, principalmente agora para comunicações, com acesso de internet, planos de telefonia móvel e aparelhos telefônicos que acabam tendo uma influência dessa limitação do ICMS cobrado. Os combustíveis, de certa forma, já absorveram, quase que completamente, a influência da redução do tributo, mas têm muita relação com o cenário externo e a volatilidade do câmbio. Tivemos uma apreciação do real frente ao dólar no último mês, em alguma medida – ainda que esteja em um alto patamar ainda muito deteriorado -, gerando um movimento de queda nos preços”, explica o especialista.
Indicadores em alta
Outros cinco grupos de atividades apurados já registraram variações positivas. Com o maior destaque, o segmento de vestuário aparece com alta de 1,11%. Em seguida, estão os grupos de saúde e cuidados pessoais, com elevação de 0,76%, despesas pessoais, com alta de 0,46%, alimentação e bebidas, com 0,29%, e educação, com 0,16%.
“Em termos de perspectivas, temos dois contrapesos no fim de ano. Em novembro temos a Black Friday, que causa uma queda em alguns produtos. O mote da data em si são os descontos ofertados. Isso causa uma queda no nível de preços, mas existe aí uma influência sazonal do período natalino, que acaba aumentando a demanda por parte das famílias. E isso pode gerar um impacto inflacionário com o aumento do nível de preços. No grupo de comunicações e a questão relacionada aos combustíveis para o grupo de transportes, teremos que acompanhar o desempenho do cenário externo”, conclui Guilherme Almeida.
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