Economia

RMBH volta a ter inflação, puxada por alimentos e combustíveis

Todos os segmentos produtivos avaliados pelo IBGE apresentaram alta e contribuíram para a elevação dos preços
RMBH volta a ter inflação, puxada por alimentos e combustíveis
Aumento no preço do etanol ocorre porque a cana-de-açúcar em grande parte do País está no período de entressafra | Crédito: Charles Silva Duarte/ Arquivo DC

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira, os dados do IPCA-15 para o mês de novembro. O indicador, que é uma prévia da inflação, voltou a subir em 0,55% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), após deflação de 0,04% registrada em outubro

No acumulado de 12 meses, a variação mostrada pela prévia é de 4,69%, sendo o quinto maior resultado em comparação às outras dez capitais brasileiras contempladas na pesquisa.

Nacionalmente, o indicador acelerou o índice que já vinha apresentando alta desde setembro de 2022. O resultado do IPCA-15 no País foi de 0,53% na base mensal, apresentando, inclusive, resposta acima da média das projeções de mercado, que previa algo próximo a 0,48%. Isso fez com que acumulasse alta de 5,35% no ano e de 6,17% em 12 meses, sendo abaixo dos 6,85% dos 12 meses imediatamente anteriores. 

Em relação à Região Metropolitana de Belo Horizonte, todos os segmentos apresentaram elevação nos preços, segundo o levantamento do IBGE. A inflação foi mais significativa para o grupo de alimentos e bebidas, com 1,16%. Em segundo, aparece o grupo de vestuário, com elevação de 1,07%, seguido do grupo de saúde e cuidados pessoais, com alta de 0,95%, e o grupo de despesas pessoais, com alta de 0,37%.

A pesquisa também identificou elevação nos preços em 0,32% para o grupo de comunicação, 0,29% para o grupo de educação, 0,13% para habitação/residência, 0,11% para transporte e 0,01% para o grupo de artigos de residência.

Diante das duas principais elevações desta prévia de inflação, o economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida, pontuou os fatores que resultaram nesse panorama.

Cana e petróleo pressionam combustíveis

“Vemos que a influência segue com mote principal ao avanço do nível de preços tanto do segmento de alimentos e bebidas, que foram atingidos em cheio neste ano, assim como ocorreu em 2021. No caso dos transportes, a volta da inflação foi puxada pelo custo dos combustíveis, influenciando nessa mudança depois de meses com o índice de deflação cada vez mais baixo”, avalia.

Segundo o especialista, a alta significativa dos combustíveis, por um lado, mostra também a elevação do etanol, e a explicação disso está no campo. Esse aumento acontece porque a cana-de-açúcar em grande parte do País está no período de entressafra. Além disso, o barril de petróleo também voltou a subir no cenário internacional, o que reflete diretamente no mercado interno.  

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