Rodoanel Metropolitano é questionado na Assembleia Legislativa

Questionamentos sobre a condução do projeto do Rodoanel Metropolitano, já em fase de assinatura do contrato de concessão marcaram a reunião do Assembleia Fiscaliza 2022.
As sabatinas do Assembleia Fiscaliza continuam até esta sexta (16), para que gestores do Executivo prestem contas à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) de ações executadas em suas áreas até 30 de novembro deste ano.
O titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), Fernando Marcato,foi ouvido pelos parlamentares, em reunião comandada pelo presidente da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras, deputado João Leite (PSDB), juntamente com as Comissões de Assuntos Municipais e Regionalização e de Transporte, Comunicação e Obras Públicas.
As críticas à condução do Rodoanel foram encabeçadas pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), que entregou ao secretário estudo do Fórum Permanente São Francisco (FPSF) propondo alternativas como a reestruturação do atual Anel Rodoviário. “O debate em torno do Rodoanel está longe de acabar, ele ainda é necessário e importante. O saldo do projeto é muito preocupante, há questões não pacificadas ainda”, elucidou.
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A deputada mencionou dados levantados pelo município de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e um dos afetados pelo projeto, indicando que somente lá a obra resultaria em impactos danosos da ordem de R$ 20 a 30 bilhões nos próximos 30 anos.
A deputada destacou ainda que a comunidade quilombola dos Arturos, em Contagem (RMBH), será afetada pelo traçado do anel, e que serão quatro os municípios diretamente impactados pela obra. “Mesmo assim não nos foi apresentada qual seria a integração viária dos municípios com o Rodoanel, que ainda afetará mananciais e trará outros impactos ambientais e sociais”, frisou ainda.
Para a deputada, o Governo do Estado nunca se abriu de fato a discutir alternativas envolvendo o Rodoanel. “A sociedade permanece sem acesso a todas as informações sobre o projeto”, criticou.
Em resposta, o secretário disse à deputada conhecer o estudo do fórum, que segundo ele foi avaliado pelo governo, e frisou ser favorável também à reestruturação do Anel Rodoviário como proposto. “Mas uma coisa não é excludente da outra”, afirmou.
O secretário Fernando Marcato disse que a Seinfra tem dialogado com os prefeitos dos municípios envolvidos sobre os impactos do Rodoanel e que o projeto poderá vir a ser ajustado, mesmo que a concessão esteja em andamento.
Em sua apresentação no âmbito do Assembleia Fiscaliza, Fernando Marcato destacou diversas iniciativas, frisando, entre outros, que o projeto do Rodoanel vai resultar em investimentos de R$ 5,4 bilhões, se tornando a maior concessão rodoviária da história de Minas e estando já em vias de assinatura do contrato. (ALMG)
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