Rodovia Fernão Dias pode ir novamente a leilão

O trecho da BR-381 conhecido como Fernão Dias poderá ir a leilão novamente caso o novo contrato de concessão seja aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Se o segmento for levado a processo competitivo, a Arteris Fernão Dias terá que disputar a permanência no controle da rodovia, que administra desde 2008.
A concessionária é responsável pela gestão dos 562,1 quilômetros (km) da estrada, que liga Belo Horizonte e São Paulo. Segundo o site da empresa, a via atende aproximadamente a 16,6 milhões de habitantes e recebe cerca de 250 mil veículos por dia, sendo o tráfego composto, atualmente, 37,1% por veículos comerciais e 62,9% por veículos de passeio.
Nesta semana, o Ministério dos Transportes, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a empresa fecharam um acordo que envolve a rodovia na Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos (Secex Consenso), do TCU.
O acerto, embora esteja sob sigilo até a apreciação da Corte de Contas, prevê um contrato otimizado e modernizado, com novas obrigações de investimentos e antecipação de execução de obras. A repactuação deve gerar em torno de R$ 15 bilhões em aportes, e faz parte do programa de otimização de contratos de concessões de rodovias federais.
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“Com isso, os usuários da segunda rodovia mais importante do País em volume de tráfego, não precisarão aguardar o término do contrato para receberem grandes melhorias. Anteciparemos em dez anos a execução de obras importantes, como a correção de traçado”, ressalta a secretária Nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse.
O contrato da Arteris Fernão Dias vigoraria, originalmente, até 2033. Entre as melhorias realizadas pela empresa na via estão a construção do contorno de Betim, a implantação de 43 km de ruas laterais e a construção de 53 passarelas e 85 km de terceiras faixas.
Conforme o Ministério, a rodovia teve o programa de obras praticamente todo executado pela concessionária, mas o contrato não previa regras claras sobre ampliação de capacidade e outras melhorias, caso houvesse um aumento do volume de tráfego ao longo dos anos.
“Além disso, por ser um contrato mais antigo, sem a modernização regulatória decorrente da atual política pública, existem dificuldades na gestão contratual”, informa a pasta.
“O novo contrato (de concessão), após aprovação do plenário do Tribunal de Contas da União, irá a leilão, aberto a outras empresas privadas”, complementa.
A reportagem procurou a Arteris Fernão Dias, que não retornou até o momento.
Governo estudava extensão contratual
Quando anunciou o programa de otimizações, que prevê investimentos de R$ 110 bilhões em infraestrutura rodoviária entre 2024 e 2028, o ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que o governo federal estudava uma extensão contratual no caso da Fernão Dias.
À época, ele ressaltou que, como a Arteris Fernão Dias, já havia realizado todos os aportes previstos na concessão atual e ficaria até o fim do contrato sem fazer nenhuma obra, a ideia era prorrogar o prazo de vigência por 15 anos e incluir novas intervenções necessárias, como trevos de acesso a cidades, duplicações e melhorias de iluminação.
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