Rodovias no Sul de Minas são arrematadas por R$ 377 milhões

O Consórcio Infraestrutura MG, formado pela Equipav S.A e Perfin S.A, venceu leilão de um conjunto de rodovias no Sul de Minas. A contraprestação (valor a ser pago pelo governo estadual) foi de R$ 377 milhões, deságio de 14,9%, uma vez que o previsto no edital era de R$ 402 milhões. Os investimentos devem ser de aproximadamente R$ 2 bilhões. O certame foi realizado ontem na B3, em São Paulo.
O lote leiloado contempla o sistema de rodovias composto pela BR-459, MG-173, MG-290, MG-295, MG-455, além da CMG-146 e da LMG-877.
O secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Fernando Marcato, ressaltou que a realização do leilão concluiu um importante avanço de desenvolvimento do Estado para a eficiência logística e econômica. “Estamos encerrando a ‘Semana de Infraestrutura Mineira’, que iniciamos na semana passada. Por várias situações os leilões realizados foram caindo um atrás do outro. No entanto, todos, por fim, foram realizados de uma forma bem-sucedida”.
Marcato também enfatizou que colocar os projetos para disputa e poder concluí-los movimentou um grande esforço e ações assertivas. “Além das três rodovias que recuperamos, concedemos e vários outros projetos, posso dizer que o governo fez seu papel nestes três anos e meio. Fizemos um esforço para estimular investimentos para as rodovias do Sul de Minas, que é uma das vias mais pujantes”.
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“Por ela (rodovia), atendemos uma parte de São Paulo, e por conta dela, várias cidades do Sul de Minas já registram um bom desempenho de renda e empregos”, conta o secretário que ainda lembra: “Até um tempo atrás, nos dava vergonha ter rodovias precárias no Estado. Mas, agora nós temos muito orgulho em termos essas melhorias em andamento e outras previstas”.
Concorrendo também na disputa de concessão do lote, a empresa Monte Rodovias S/A chegou a apresentar uma contraprestação de R$ 430 milhões e depois reduziu para R$ 378 milhões. No entanto, ambas as empresas entregaram a proposta definindo o tarifário de pedágio no valor limite de referência do edital em R$ 8,32.
Benefícios
Os investimentos em melhoria na rodovia beneficiarão diversas cidades da região. Os municípios de Andradas, Bruno Brandão, Inconfidentes, Itajubá, Jacutinga, Monte Sião, Ouro Fino, Paraisópolis, Pouso Alegre, Poços de Caldas e Santa Rita do Sapucaí, dentre outras, fazem parte da lista de cidades atendidas pelo sistema de rodovias.
Diretor do grupo Equipav, José Carlos Cassaniga explica que está, em conjunto com a empresa Perfin, estruturando uma plataforma de negócios integrados para os projetos. “Nós constituímos uma plataforma com eficiência do mercado financeiro para que possamos olhar para projetos interessantes. Estes são dois lotes importantes, em regiões de relevância para Minas Gerais. Portanto, resolvemos estudar e analisar participar desses projetos de contrato de concessão”.
“Notamos uma sinergia entre eles e com etapas bem claras que exige da concessionária um controle de planejamento, execução e manutenção. Nós pretendemos olhar para os projetos dos lotes de uma forma serena e preparada. Tudo feito com bastante técnica e qualidade. O nosso objetivo é fazer a diferença neste setor, conseguindo efetuar os planos de investimentos e estruturais que pretendemos executar”, conclui o representante do Consórcio Infraestrutura MG.
Segundo o edital, a concessão vai até 2052, podendo ser prorrogado por mais um quinquênio, ou seja, até 2057.
Triângulo
O consórcio foi vencedor também do leilão do lote de rodovias do Triângulo Mineiro, realizado na semana passada. O bloco reúne 627,4 quilômetros de estradas, com previsão de R$ 3,17 bilhões de investimentos, além de R$ 2,8 bilhões de custos operacionais.
Governo federal vai leiloar aeroportos nesta quinta
São Paulo – O leilão da sétima rodada do programa de concessões de aeroportos, que ocorre hoje (18), na sede da B3, em São Paulo, pode expandir para mais de 90% o tráfego nacional repassado à iniciativa privada.
No dia, serão ofertados 15 aeroportos, agrupados em três blocos, que serão concedidos por um período de 30 anos. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de 2011 a 2021, o programa de concessões repassou o equivalente a 75,8% do tráfego nacional a agentes privados. Caso os lotes sejam arrematados nesta rodada, a expectativa é que esse percentual chegue a 91,6%.
O leilão desta quinta-feira será a terceira rodada de concessões feita em blocos. Neste caso, seis estados brasileiros serão contemplados: Amapá, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.
Juntos, os três blocos processam cerca de 16% do total de tráfego de passageiros do País –um patamar equivalente a mais de 30 milhões de passageiros por ano, segundo dados da Anac de 2019, antes da pandemia. O intuito do governo era juntar aeroportos cobiçados com terminais deficitários, para equilibrar os blocos.
Um dos principais terminais do País, o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é considerado a joia da coroa, o maior atrativo para investidores que planejam ter atuação relevante no segmento.
Congonhas faz parte do Bloco “SP-MS-PA-MG”, que também inclui Campo Grande (MS), Corumbá (MS), Ponta Porã (MS), Santarém (PA), Marabá (PA), Parauapebas (PA), Altamira (PA), Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Montes Claros (Norte de Minas).
O total de investimentos nesse bloco é de R$ 5,8 bilhões, sendo R$ 3,3 bilhões apenas em Congonhas. As projeções apontam que a movimentação de passageiros nesses terminais deve chegar a 37,5 milhões em 2052.
A primeira fase de investimentos, com prazo de 60 meses, prevê adequar as pistas de táxi. Os aeroportos também precisam ser adequados para suprirem a capacidade de atendimento aos passageiros e processamento de bagagens, incluindo terminal de passageiros, estacionamento de veículos, vias terrestres associadas e outras infraestruturas de apoio.
O governo exige dos operadores experiência no processamento de, no mínimo, 5 milhões de passageiros por ano nos últimos cinco anos ou compromisso de contratação de assistência técnica com operador que atenda a esses requisitos.
O segundo bloco, “Aviação Geral”, contempla operações que não são de voos regulares – sobretudo de helicópteros e aviões particulares e de pequeno porte. Neste conjunto estão o Campo de Marte (SP) e o aeroporto de Jacarepaguá (RJ).
Neste caso, o total de investimentos previstos é de R$ 552 milhões
O terceiro grupo, “Norte 2”, por sua vez, corresponde à operação de aeroportos de duas capitais: Belém (PA) e Macapá (AP). Ambos têm previsão de movimentação de 9 milhões de passageiros no fim do contrato, em 2052.
O investimento deste grupo é de R$ 875 milhões. (Douglas Gavras/Folhapress)
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