Roubos de cargas caem 9,1% em 2022

Os investimentos em segurança aliados à melhoria das rodovias e ao maior policiamento contribuíram para que os roubos de cargas, em 2022, caíssem 9,1% frente a 2021 no País. Apesar da redução, que é considerada importante, o número de registros continua bastante elevado. Ao todo, foram 13.089 registros, totalizando um prejuízo de R$ 1,2 bilhão em nível nacional.
Os dados são da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), responsável pela pesquisa que aborda o panorama do roubo de cargas no Brasil.
De acordo com a pesquisa, a região Sudeste concentrou em 2022, por mais um ano, o maior número de casos, representando 85,18% das ocorrências nacionais. Em seguida, vieram o Sul (6,12%), Nordeste (4,66%), Centro-Oeste (2,81%) e Norte (1,23%).
Segundo o assessor de segurança NTC&Logística, Coronel Mauro Ricciarelli, vários fatores contribuíram para a redução de 9,1% no roubo de cargas ao longo de 2022.
“Nós creditamos a queda das ocorrências de roubo de cargas a diversos fatores, como a melhoria das estradas, maior segurança nas rodovias com a presença de sinalizações horizontais e verticais, implementação de mais locais de policiamento rodoviário, seja estadual ou federal, e as empresas investindo pesadamente em segurança”.
Ainda segundo Ricciarelli, a retração de 9,1% pode ser pequena em números absolutos, mas é relevante.
“É uma queda importante se a gente comparar com o volume de veículos em circulação e a marginalidade, que aumentaram”, explicou.
Os dados da pesquisa – feita com base nos dados de parceria com órgãos públicos e privados, considerando somente a região Sudeste – mostram que foram 11.610 ocorrências de roubo de cargas no ano passado. O valor total subtraído na região chegou a R$ 966,59 milhões, 81,3% do valor total do País.
No período, São Paulo liderou os roubos de cargas no Sudeste, respondendo por 45,23% do total. Em seguida, veio o Rio de Janeiro, onde aconteceram 31,32% das ocorrências.
Os 23,45% restantes ficam para Minas Gerais e Espírito Santo, que devido às políticas das secretarias de segurança não autorizam a divulgação do número de ocorrências separadas. Os dados são fornecidos apenas para compor o consolidado do País.
Conforme a pesquisa, os produtos mais visados pelos criminosos são os alimentícios, combustíveis, produtos farmacêuticos, autopeças e têxteis e confecções.
“A maior incidência de roubos nestas categorias de produtos pode ser explicada, talvez, pela facilidade de distribuição clandestina dos itens”.
Ricciarelli ressalta ainda que a atuação da marginalidade, cerca de 70%, ocorre em áreas urbanas, se comparadas com os roubos em rodovias e áreas rurais. “Isso devido à velocidade menor e a maior facilidade de abordagem”.
A consequência do roubo de cargas são prejuízos para todos. “O prejuízo é grande e atinge a todos, desde o produtor da matéria prima, o empresário até o consumidor final, já que há uma oneração dos preços”, explicou.
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