Roubos ou furtos de patrimônio lideram crimes nas empresas

Nos últimos 12 meses, 54% das empresas brasileiras relataram ter sofrido algum crime como roubo ou furto de patrimônio, seja dentro da companhia (28%) ou durante o transporte (26%). Em terceiro lugar, mas não muito distante, com 24% das ocorrências, estão crimes cibernéticos como o sequestro de dados, golpes do Pix, dentre outros.
Este cenário, cada vez mais complexo no País, traz grandes prejuízos para indústria nacional. Os dados são do levantamento `Percepção da Indústria Sobre os Impactos da Ilegalidade`, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que aponta que os prejuízos não param por aí.
Veja os outros crimes citados pelas empresas
- Em quarto lugar, 11% citaram pirataria e falsificação
- Em quinto lugar, com 8% de respostas, vem o vandalismo contra a empresa, pontos de venda e veículos identificados
- No sexto lugar, 7% reclamaram de prejuízos com as chamadas “taxas de proteção” cobrada por traficantes, milicianos ou policiais
Segundo o superintendente de Política Industrial da CNI, Fabrício Oliveira, é importante conhecer o tamanho dos danos à indústria para construir soluções.
“Pesquisas como essa servem para identificarmos como a indústria é vitimizada pelas ilegalidades. Com os dados, temos a capacidade de sermos mais efetivos no diagnóstico e nas propostas de políticas públicas de combate à essas ilegalidades”, considera.
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De todos os ilícitos e ilegalidades, a que mais impacta as empresas é a venda de produtos “não-conformes”, que são aqueles que não atendem aos padrões ou requisitos pré-estabelecidos, podendo apresentar alguma falha no processo de produção, envase ou venda.
Para 66% dos empreendimentos procurados, a venda desses produtos causa prejuízo econômico relevante para o setor. Já 46% disseram que o comércio de produtos piratas ou falsificados têm impactos negativos nos negócios.
A pesquisa ouviu 250 empresas de pequeno, médio e grande portes, de 23 setores industriais distribuídos nas cinco regiões do País. O objetivo da CNI foi mensurar a percepção dos empresários sobre os impactos da ilegalidade na indústria.
Os dados foram coletados entre os dias 11 e 21 de novembro e apresentados na última reunião do Grupo de Trabalho Brasil Legal, iniciativa da CNI que visa identificar o impacto das atividades ilegais na economia e propor soluções para o problema, em 25 de novembro.
Evolução da ilegalidade
De acordo com as empresas consultadas no levantamento, o crime que mais evoluiu nos últimos três anos foi a venda de produtos não-conformes, assinalado por 43% dos empresários. A percepção dos entrevistados é que a ocorrência de ilícitos aumentou ou permaneceu no mesmo nível. Apenas 6% acreditam que houve uma redução dos crimes citados.
Cerca de metade das empresas percebeu que o comércio digital foi responsável por aumentar:
- a venda de produtos não-conformes (53%),
- piratas ou falsificados (51%),
- contrabandeados (49%)
- e roubados ou furtados (46%).
A pesquisa também consultou empresários sobre custo com segurança privada. Para 63%, esse é um gasto relevante para seus setores e 15% afirmaram que o custo para a proteção dos negócios vem aumentando nos últimos anos.
Para 76% das empresas, o combate ao crime deve priorizar a fiscalização e o controle. As ações de inteligência e o aumento da repressão, com a requalificação da pena, também são defendidas pelos entrevistados.
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