RS: catástrofe climática afeta transporte de cargas de Minas Gerais

As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul (RS) estão afetando as transportadoras de cargas e logística de Minas Gerais, visto que as empresas estão com dificuldades para levar produtos ao estado. Os prejuízos, contudo, devem ser revertidos adiante, já que a retomada da região demandará uma forte reposição de estoques, intensificando a quantidade de serviços do setor.
A análise é do presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antônio Luís da Silva Júnior.
Conforme o executivo, as enchentes, inundações e alagamentos que acometem o Rio Grande do Sul reduzem a movimentação de mercadorias pelos transportadores mineiros, assim como de outras localidades do Brasil. Porém, a situação das companhias tende a melhorar daqui a três ou quatro meses com a reconstrução do estado e a necessidade de levar materiais para a região.
Atualmente, o cenário das empresas mineiras de transporte não é nada positivo, embora Antônio Luís ressalte que o quadro não é desesperador. Com uma fraca demanda, a movimentação de cargas está entre 15% e 20% abaixo do padrão para esta época do ano. Segundo ele, o impacto é imenso na área mineral, visto que o volume de minério está abaixo do habitual.
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O presidente do Setcemg acredita que haverá uma reversão positiva para o setor a partir de julho e agosto. Entretanto, o dirigente pondera que as companhias menos estruturadas poderão sofrer consequências ao término do ano se a procura pelos serviços continuar como está.
Ainda que esteja otimista quanto a uma recuperação da demanda, o executivo afirma que as transportadoras mineiras não devem encerrar 2024 com crescimento dos negócios. Na avaliação de Antônio Luís, aquelas que conseguirem se sustentar já estarão satisfeitas, pois, além dos impactos das chuvas no Rio Grande do Sul, outros fatores estão prejudicando as empresas.
Ele explica que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de revogar alguns trechos da Lei dos Caminhoneiros trouxe impactos financeiros para as companhias e que a reoneração da folha de pagamentos desanima os transportadores e retira a segurança jurídica dos contratos que o setor tem. Adicionalmente, o dirigente afirma que a reforma tributária também deve ter efeitos. “São decisões que estão causando uma insegurança muito grande para a gente investir”, ressaltou.
Tragédia no estado gaúcho não implica aumento de custos e frete
Apesar das chuvas no Rio Grande do Sul afetarem o volume de serviços das transportadoras mineiras, a situação gaúcha não está implicando custos adicionais para as empresas mineiras. De acordo com o presidente do Setcemg, o fato de algumas estradas terem impedimentos de passagens e os transportadores precisem dar mais voltas, onerando o setor, é algo irrisório.
O Índice de Frete Edenred Repom (IFR) apontou que preço médio do frete por quilômetro rodado no Brasil fechou abril a R$ 6,17, com um recuo de 0,5%, ante março. As projeções da Edenred Repom, no entanto, apontam para uma alta no preço do frete no País, por decorrência das enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul, um importante produtor de grãos, suínos e aves.
Apesar disso, Antônio Luís afirma que não deve haver aumento no frete em Minas Gerais. O executivo explica que a oferta de caminhão está alta no Estado e o cenário gaúcho não afeta.
Ajuda do Setcemg ao Rio Grande do Sul (RS)
Com milhares de desabrigados em razão das enchentes, várias entidades do setor de transporte estão se mobilizando para ajudar a população do Rio Grande do Sul (RS). Conforme o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais, somente a entidade enviou 16 carretas para o estado, com alimentos, roupas e outros tipos de doações.
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