Economia

Sabará vai ganhar usina de biometano do grupo italiano Asja

A empresa, que já tem usinas de biogás em Belo Horizonte, Uberlândia e na própria cidade de Sabará, vai investir R$ 152 milhões no projeto
Sabará vai ganhar usina de biometano do grupo italiano Asja
Empresa italiana aposta em tecnologia de ponta, seguindo os padrões impostos pela ANP | Crédito: Asja/Divulgação

O grupo italiano Asja vai investir R$ 152 milhões na construção de uma planta de alta tecnologia para transformar resíduos sólidos urbanos em biometano no município de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Conforme estimativas da companhia, a nova unidade será responsável por produzir diariamente 80 mil metros cúbicos do gás natural renovável. 

No mesmo local, serão instalados dois geradores de energia que utilizarão o gás produzido como fonte alimentadora. A capacidade instalada será de 2,8 megawatts (MW) e a produção destinada para autoconsumo. Através da Asja Brasil, a empresa opera no País desde 2005, com usinas de biogás em Pernambuco e na Paraíba, além de Belo Horizonte, Uberlândia e na própria Sabará.

A previsão da companhia é de gerar 24 empregos permanentes na planta. Além de fomentar o mercado de trabalho de Minas Gerais, o projeto vai auxiliar no desenvolvimento sustentável e na descarbonização da economia do Estado. Ao todo, a planta contribuirá evitando a dispersão anual de 415 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO₂eq/ano). 

Adicionalmente, a unidade que será construída vai beneficiar a diversificação da matriz energética brasileira, reduzindo a dependência de fontes não renováveis e importadas de energia. É válido destacar que o biometano pode ser usado em diversas aplicações desde mobilidade urbana, no abastecimento da frota veicular, até na alimentação de indústrias de grande porte.

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Neste sentido, a usina da Asja em Sabará também vai fortalecer a posição de liderança de Minas Gerais no Brasil como produtor de energia renovável. De acordo com dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), mais de 99% da matriz energética do Estado é proveniente de fontes limpas, incluindo hidrelétrica, solar, eólica e biomassa. 

Empreendimento da Asja será apresentado até depois de amanhã a investidores na Itália | Crédito: Asja/Divulgação

Processo de produção do biometano e resolução do governo para fomentar o consumo 

Para produzir o biometano no local, a empresa utilizará tecnologia de ponta, seguindo padrões estabelecidos pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O processo de produção se baseia na captura do biogás gerado pela decomposição da fração orgânica dos resíduos sólidos presentes no aterro sanitário de Sabará, operado pelo Grupo Vital, que é também parceiro do projeto. Esse procedimento inclui a etapa de tratamento e purificação do biogás, resultando em um biometano com poder calorífico semelhante ao do gás natural. Uma grande vantagem é sua eficiência como biocombustível e o seu baixo impacto ambiental.

Nessa terça-feira (12), em Turim, na Itália, diretores da Asja apresentaram o projeto de Sabará para representantes do governo do Estado. O governador Romeu Zema (Novo), que liderou a comitiva, comemorou o anúncio do investimento e destacou que o empreendimento vai colaborar para a meta de neutralizar a emissão de gases do efeito estufa até 2050. Ele ainda relembrou que o Estado foi o primeiro da América Latina e do Caribe a aderir à campanha mundial Race To Zero.

Por sua vez, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, que também participou da reunião, destacou que o Executivo estadual vem atuando em políticas públicas que impulsionam o consumo do biometano. Ele salientou que foi publicada uma resolução que dispõe sobre as condições e critérios para comercialização e distribuição deste tipo de energia, sendo que agora poderá ser distribuída em redes de gasodutos e comercializada no mercado livre. 

“Essa ação do governo ajuda a promover a descarbonização da economia mineira e está alinhada aos compromissos pactuados por essa gestão em relação à economia verde. Investimentos como este só reforçam a importância de se pensar políticas públicas que prezem pela sustentabilidade e, é claro, o aumento da geração de empego e renda para os mineiros”, enfatizou.

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