Economia

Saldo da balança comercial do País deve bater recorde em 2021

Saldo da balança comercial do País deve bater recorde em 2021
Com o minério valorizado, as exportações mineiras devem subir, mas em ritmo menor do que as do Pará | Crédito: Divulgação

A forte elevação das cotações das commodities – com destaque para minério de ferro, petróleo e soja em grão – fez com que a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) revisse as projeções da balança comercial brasileira em 2021.

Assim como os preços, a forte demanda advinda do mercado internacional, sobretudo da China e da Arábia Saudita, faz com que sejam aguardados recordes históricos tanto nas exportações quanto no superávit do saldo da balança.

Apenas os embarques brasileiros deste ano devem chegar aos US$ 270,051 bilhões, superando o recorde de US$ 256,041 bilhões apurado em 2011. Já o recorde no superávit comercial deverá ser de US$ 68,001 bilhões, ultrapassando o saldo de US$ 67,001 bilhões obtido em 2017.

Os resultados de Minas Gerais também deverão aumentar, porém, em menor intensidade, devido principalmente, a concentração da pauta exportadora em commodities. De acordo com o presidente executivo da AEB, José Augusto de Castro, no Estado não deve haver recordes.

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“Minas será beneficiada no caso do minério, mas não tanto quanto o Pará , que hoje é o principal exportador. A soja também ajudará a elevar os resultados do Estado. Por outro lado, o setor automobilístico muito forte na região não tem ajudado tanto, pois a Argentina – principal importador – não está tão demandante”, avaliou.

Castro explicou também que em âmbito nacional, as vendas de minério de ferro deverão puxar o desempenho, superando o desempenho da soja, que foi líder da pauta nacional nos últimos seis anos. A justificativa para a projeção, segundo ele, está no fato de que cerca de 70% da soja já foi embarcada.

“Vale dizer que apenas os três produtos representam 41% da nossa exportação, mostrando o quanto nossa pauta é pobre, concentrada em poucos produtos e, basicamente, commodities. O que significa que exportamos a matéria-prima para ser beneficiada no exterior e compramos de volta”, ponderou.

De maneira detalhada, as previsões da exportação passaram de US$ 237,334 bilhões no fim do ano passado para US$ 270,052 bilhões, representando aumento de 28,7% em relação aos US$209,817 bilhões alcançados em 2020.

No caso das importações, o valor passou de US$ 168,316 bilhões para US$ 202,051 bilhões, crescimento de 27,1% em relação aos US$158,930 bilhões registrados em 2020.

Com isso, o saldo da balança saiu de US$ 69,018 bilhões para US$ 68,001 bilhões. Isso representa expansão de 33,6% em relação aos US$50,887 bilhões apurados no ano que passou.

Novo cenário

Os dados representam uma revisão da AEB sobre suas próprias projeções divulgadas em dezembro do exercício passado para o comércio exterior brasileiro em 2021. E segundo a entidade, os cálculos foram realizados tendo como base o cenário atual, passível de fortes oscilações, com impactos sobre seus resultados – ainda sob forte efeito da pandemia de Covid-19.

“A dessincronização observada entre oferta e demanda de insumos e produtos no mercado mundial, aliado aos problemas observados no transporte marítimo, com redução de rotas, falta de container e forte elevação do frete, constituem fatores que contribuem para as oscilações. Com este cenário – ou apesar deste cenário – as cotações das commodities estão alcançando elevados patamares, beneficiando diretamente o Brasil, que vê suas receitas de exportações atingirem recordes”, explicou Castro.

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