Saldo da balança em MG recua 3,2% no trimestre

Embora o saldo da balança comercial mineira tenha avançado 4,6% em março de 2022 sobre igual mês de 2021, o resultado caiu no primeiro trimestre do ano em relação à mesma época do exercício passado. A diferença entre as vendas e as compras externas realizadas pelas empresas mineiras nos três primeiros meses de 2022 foi de US$ 5,091 bilhões contra os US$ 5,260 bilhões do ano anterior – resultado em um decréscimo de 3,21% no período. 

O aumento das importações em maior ritmo que o crescimento das exportações no acumulado do trimestre justifica a queda do superávit. E a valorização das commodities decorrente da guerra entre Rússia e Ucrânia também contribuiu para o resultado, já que os bens primários com cotação internacional, especialmente as minerais e agrícolas, dominaram, mais uma vez, a pauta de exportações do Estado e também tiveram destaque nas importações.

De acordo com os dados da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (Secint), do Ministério da Economia, entre janeiro e março as exportações mineiras somaram US$ 8,558 bilhões, enquanto na mesma época de 2021 o montante foi de US$ 7,898 bilhões. Isso resultou em um crescimento de 8,3% entre os períodos.

Já as importações de Minas saíram de US$ 2,638 bilhões no primeiro trimestre de 2021 para US$ 3,467 bilhões neste exercício, totalizando 31,4% de crescimento de um ano para outro. Apenas em março, o superávit da balança do Estado somou US$ 2,385 bilhões sobre US$ 2,280 bilhões um ano antes – crescimento de 4,6%.

As exportações e as importações também avançaram no mês. Os embarques somaram US$ 3,686 bilhões no mês passado e US$ 3,278 bilhões em março de 2021. Isso representou crescimento de 12,44%. Já as compras internacionais foram de US$ 1,301 bilhão neste ano e de US$ 998 milhões em março do ano passado – alta de 30,3%.

Commodities puxam desempenho da balança comercial

Os embarques de minério de ferro somaram US$ 2,638 bilhões nos primeiros três meses de 2022. Na mesma época de 2021 foram US$ 3,781 bilhões. Isso significa baixa de de 30,2%. Minas embarcou, entre janeiro e o mês passado, 29,436 milhões de toneladas do insumo siderúrgico. Na mesma época de 2021 este número chegou a 31,263 milhões de toneladas, o que representa queda de 5,8%.

No mês, a exportação do minério de ferro totalizou US$ 1,307 bilhão sobre US$ 1,566 bilhão em março de 2021, apontando recuo de 16,5%. Em volume, ao todo foram 13,484 milhões de toneladas neste ano frente a 11,584 milhões de toneladas um ano antes. Aumento de 16,4%.

Já as remessas de café ao exterior caíram um pouco em quantidade mas aumentaram em rendimento. Minas embarcou 480 mil toneladas até março, contra 488 mil toneladas em 2021. Isso equivale a um recuo de 1,6% entre os períodos. Já em receita, a commodity rendeu US$ 1,881 bilhão sobre US$ 1,109 bilhão na mesma base de comparação, elevação de 69%. No mês, o volume chegou a 163 mil toneladas contra 183 mil toneladas em março do ano passado. Já as cifras foram de US$ 671 milhões sobre US$ 426 milhões, respectivamente.

Guerra afeta as importações

Quanto às importações, houve impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia nas compras de fertilizantes e hulha betuminosa, que é o carvão mineral, usado nos altos-fornos de usinas siderúrgicas – uma vez que esses são os produtos que Minas Gerais mais importa da Rússia.

No caso dos fertilizantes, Minas comprou 525 mil toneladas no primeiro trimestre deste ano sobre 725 mil toneladas nos mesmos meses de 2021 – queda de 27,5%. Já os valores passaram de US$ 180 milhões no ano passado para US$ 342 milhões neste ano.

A hulha totalizou 1 milhão de toneladas entre janeiro e março de 2022, contra 1,196 milhão de toneladas um ano antes. Os gastos totalizaram US$ 296 milhões neste ano e US$ 119 milhões no ano passado.