Economia

Saldo positivo de empregos em Minas Gerais recua em novembro

Setores de construção e agropecuária encerram o mês com saldos negativos de empregos e puxam o resultado do Estado para baixo
Saldo positivo de empregos em Minas Gerais recua em novembro
Foto: Pedro Ventura / Agência Brasil

Em novembro deste ano, Minas Gerais abriu 1,1 mil empregos com carteira assinada, após registrar 204,6 mil admissões e 203,5 mil desligamentos. Esse foi o menor saldo de 2024 e representa uma redução de 65% em relação ao superávit de 3,2 mil registrado em outubro.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Conforme os números, quem sustentou o resultado do Estado no mês passado foi, sobretudo, o comércio, com a abertura de 7,7 mil postos de trabalho. A Black Friday e a proximidade com as festas de fim de ano ajudaram a fomentar as contratações do setor.

Outras duas atividades também contrataram mais do que demitiram no período. A de serviços criou 3,6 mil vagas, enquanto a indústria teve um saldo positivo de 66 vagas.

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Do lado oposto, a construção e a agropecuária puxaram o superávit de Minas Gerais para baixo. O primeiro setor fechou 7,1 mil vagas de emprego em novembro. Já o segundo teve um déficit de 3,2 mil empregos, decorrente de uma sazonalidade associada ao fim de safras.

Minas Gerais criou 207,5 mil vagas em 2024

Com a performance de novembro, Minas Gerais acumulou a criação de 207,8 mil empregos formais em 2024. O desempenho no acumulado de onze meses é 50,3% maior do que o registrado em todo o ano de 2023, quando o superávit foi de 138,1 mil vagas.

Neste caso, todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas contribuíram positivamente para o resultado.

  • O setor de serviços abriu 105,6 mil postos de trabalho,
  • a indústria, 42,4 mil,
  • o comércio, 31,9 mil,
  • a construção, 21,9 mil,
  • e a agropecuária, 5,7 mil.

O economista do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Érico Grossi, destaca que os setores de serviços e comércio são mais intensivos em mão de obra. O especialista salienta que a taxa de desemprego no Estado está no menor patamar desde 2012, e que esse dado reflete a pujança de ambas as atividades.

Sobre a indústria, ele pontua que a produção do segmento extrativo cresceu neste ano, estimulando o desempenho geral do setor e, por consequência, a geração de empregos.

Quanto à agropecuária, Grossi ressalta que a performance é positiva mesmo após a atividade sofrer em 2024 com crises climáticas, como a seca severa que afetou produtores.

Fatores que aqueceram o mercado de trabalho

De acordo com o economista, alguns fatores foram importantes para aquecer o mercado de trabalho de Minas Gerais neste ano. Entre eles, estão:

  • a ampliação do mercado de crédito;
  • a redução dos custos de crédito para pessoa física e jurídica, mesmo que, no momento, a taxa Selic esteja em um novo ciclo de alta;
  • a expansão do comércio varejista;
  • e o incremento real da renda, que gerou o consumo das famílias e obrigou as empresas a contratarem mais.

“Temos, ainda, a política estadual de estímulo ao ambiente de negócios, principalmente para micro e pequenas empresas, que fez com que o número de empregos crescesse”, sublinha.

Perspectivas para o fechamento de 2024

Embora ressalte que dezembro geralmente não é favorável para o mercado de trabalho, Grossi espera que Minas Gerais encerre 2024 com um saldo bem relevante.

“Foi um ano importante, principalmente para serviços e comércio, para atividades como vendas de veículos, alimentos, bebidas, hipermercados, supermercados, ou seja, para segmentos que estão ligados ao consumo e que respondem pelo aumento da renda”, diz, citando ainda o desempenho da construção, com um aquecimento do mercado imobiliário.

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