Economia

Samarco adota novo modelo operacional para garantir a segurança

Mineradora opera hoje sem barragem de rejeitos, com tecnologia de fi ltragem que possibilita o empilhamento a seco do material
Samarco adota novo modelo operacional para garantir a segurança
Complexo de Germano: modernização, tecnologia e compromisso com boas práticas operacionais FOTO: DIVULGAÇÃO / NITRO HISTÓRIAS VISUAIS

A Samarco, mineradora brasileira de capital fechado com 48 anos de atuação, controlada por BHP e Vale, vem consolidando uma transformação profunda em seu modelo operacional no Complexo de Germano, em Mariana, na região Central do Estado, e no Complexo de Ubu, no Espírito Santo. Após a suspensão de suas operações em 2015 e a retomada gradual iniciada em dezembro de 2020, a empresa inaugurou uma fase, marcada por avanços tecnológicos, processos inovadores e um compromisso inegociável com a sustentabilidade.

O diretor Técnico e de Projetos da Samarco, Reuber Koury, enfatiza a mudança de paradigma que norteia as operações. “Todo o processo operacional da Samarco é pautado pela segurança das pessoas, do meio ambiente e pela integridade das estruturas e sistemas. Quando falamos da segurança de estruturas geotécnicas, é importante destacar que a Samarco retomou suas atividades operacionais sem o uso de barragens para disposição de rejeito. Essa é uma evolução em nosso modelo operacional”.

O novo sistema da Samarco, de filtragem e empilhamento a seco do rejeito arenoso, é ro- busto e inovador.

Essa abordagem significa que 80% do rejeito gerado, que é arenoso e não tóxico, é submetido a um processo conhecido como drystacking e posteriormente disposto em pilhas. Os 20% restantes, compostos por rejeitos ultrafinos, são dispostos em cavas confinadas, formações rochosas naturais consideradas mais seguras. A empresa investe R$ 19 milhões no projeto Dry Stacking no Complexo de Germano, buscando viabilizar a disposição 100% a seco, inclusive do rejeito ultrafino.

Descaracterização de barragens avança

Além da nova abordagem na gestão de rejeitos, a Samarco tem avançado signifi cativamente
na descaracterização de suas barragens a montante. “Numa iniciativa diferenciada, em 2019,
iniciamos o processo de descaracterização das estruturas, que já estavam inativas, antes mesmo que a legislação sobre este tema entrasse em vigor”, afi rma Koury.

A descaracterização da Cava do Germano foi concluída em julho de 2023, de forma segura e em total conformidade com as orientações técnicas, ambientais e legais, antecipando o prazo previsto para outubro do mesmo ano, conforme termo de compromisso assinado com órgãos federais e estaduais, afirma Koury.

A Barragem do Germano, por sua vez, já possui 92% das intervenções técnicas concluídas, com o objetivo de finalizar os trabalhos até 2026, adiantando em três anos o prazo original de maio de 2029.

Durante este processo, a Samarco adota medidas rigorosas para controlar e reduzir impactos, como a diminuição de gases de efeito estufa (GEE) e o monitoramento da qualidade da água, com auditorias externas e acompanhamento de órgãos públicos e consultores independentes.

Centro de Monitoramento e Inspeção funciona 24 horas por dia

O Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI) da Samarco é um dos pilares do Sistema Integrado de Segurança Geotécnica, representando um “salto em tecnologia e prevenção”, conforme destaca o diretor Técnico e de Projetos da Samarco, Reuber Koury. Localizado na unidade de Germano, em Mariana, na região Central de Minas, o CMI funciona ininterruptamente, 24 horas por dia, sete dias por semana, sob a supervisão de uma equipe especializada de técnicos e engenheiros.

Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI), em Mariana (MG), acompanha em tempo real, 24 horas por
dia, sete dias por semana, as estruturas geotécnicas da Samarco – FOTO: DIVULGAÇÃO / NITRO HISTÓRIAS VISUAIS

O CMI reúne, em um único espaço, o monitoramento contínuo das estruturas geotécnicas em Germano, Matipó, Candonga, Ubu e Muniz Freire. De acordo com Koury, este trabalho é feito combinando dados de instrumentos e equipamentos de alta precisão com inspeções manuais realizadas em campo.

A tecnologia empregada no CMI é de ponta, com mais de 2 mil equipamentos, incluindo radares de superfície, sensores piezométricos, estações robóticas, videomonitoramento, indicadores de nível de água, células de pressão, drones autônomos e barcos não tripulados. Esses dispositivos transmitem dados em tempo real, permitindo um entendimento aprofundado do comportamento das estruturas e uma atuação preventiva eficaz.

A equipe de campo utiliza um aplicativo móvel desenvolvido especificamente para a Samarco, que envia os dados coletados diretamente para o sistema, onde são submetidos a rigoroso controle de qualidade.

Além do monitoramento, o CMI é responsável por gerenciar o Sistema de Alerta de Emergência, com sirenes testadas mensalmente para garantir o funcionamento adequado em qualquer eventualidade. Todo o processo segue normas e padrões internacionais, como o GISTM (Global Industry Standard on Tailings Management), e as melhores práticas da engenharia geotécnica.

Além dos simulados periódicos envolvendo os empregados, a Samarco apoia as Defesas Civis municipais e demais órgãos na realização de simulados, com o objetivo de capacitar a população e as instituições públicas sobre como proceder em situação de emergência.

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