Samarco retomará produção total em 2028 após cooperação de áreas com a Vale

A Samarco e a Vale assinaram, na última semana, o chamado acordo global de cooperação. O objetivo do pacto entre as empresas é acelerar a produção da Samarco Mineração, que está, neste momento, em período de recuperação judicial. Desde o rompimento da barragem de Fundão (Mariana), em 2015, que vitimou 19 pessoas e causou diversos danos ao meio ambiente, a empresa busca a retomada das operações de forma integral, antes previsto para 2030. 

Com o acordo de cooperação, as empresas farão, na prática, uma troca de áreas de exploração e contratos de compra e venda de minérios que devem resultar na redução de dois anos (2028) até que a empresa chegue a 100% da sua capacidade de produção, conforme informou em nota. 

“Atualmente, a Samarco opera com 26% da sua capacidade de produção. No primeiro ano após a retomada, a empresa totalizou a produção de 7,87 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro. A Samarco atende aos mercados interno e externo, e seus produtos são direcionados aos principais produtores de aço na América, Europa, Oriente Médio e Norte da África. No ano passado, foram realizados 73 embarques no período”, informou a empresa.

Planejamento e produção

O incremento do acordo já fará a diferença na produtividade a partir deste ano. Em 2022, a empresa projeta a produção de 7,5 milhões de toneladas dos produtos resultantes de suas operações. Sem a presença do acordo, o número cairia para 7,3 milhões de toneladas. 

Mas é a partir de 2026 que essa variação se tornará ainda mais significativa: sem o acordo, a Samarco Mineração teria estabilizado a produção em 7,5 milhões de toneladas entre 2023 e 2027. No entanto, o pacto permitirá que a empresa produza, já em 2026, um total de 14,3  milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro. 

A estimativa é que em um período de 20 anos a operação da Samarco nas minas exploradas no âmbito do acordo resulte na movimentação de US$ 5,1 bilhões em sua receita líquida (ou 26,82 bilhões de reais pela cotação atual). Vale ressaltar que todas as áreas envolvidas no acordo estão localizadas na região das minas de Alegria Sul e Norte da Samarco e da mina da Alegria da Vale, ambas na região de Mariana, conforme informou a empresa. 

Ainda por meio de nota, a empresa afirmou que a eficácia do acordo depende do cumprimento de condições precedentes, em alguns casos, da aprovação da recuperação judicial pela qual a empresa passa na tentativa de renegociar dívidas.