Samarco tem prejuízo líquido de US$1,05 bi apesar de salto nas vendas
Rio de Janeiro – A mineradora Samarco registrou prejuízo líquido de US$ 1,05 bilhão no terceiro trimestre, com impactos de variação cambial e despesas relacionadas à reparação pelo rompimento de barragem em Mariana (região Central de Minas Gerais), contra prejuízo líquido de US$ 6,44 bilhões no mesmo período de 2024, reportou a empresa nesta segunda-feira (10).
O prejuízo foi alcançado apesar de ganhos operacionais positivos e uma retomada da produção em linha com o programado pela companhia, uma joint venture da Vale com a BHP.
“O resultado foi impactado principalmente por um resultado financeiro negativo de US$ 730,8 milhões, principalmente devido à variação cambial sobre passivos (US$ 465,7 milhões) e ao reconhecimento de despesas financeiras relacionadas às obrigações de reparação (US$ 319,7 milhões)”, disse a Samarco, em relatório financeiro.
A empresa ainda lida com os impactos negativos decorrentes do colapso de uma de suas barragens em Mariana, em 2015, mas ampliou as vendas na medida em que a produção cresceu 64%, para 4,1 milhões de toneladas de finos e minério de ferro, o maior volume desde a retomada de suas atividades em dezembro de 2020.
As vendas de pelotas e finos de minério de ferro também somaram 4,1 milhões de toneladas, com um aumento equivalente a 108% em relação ao mesmo período de 2024.
A companhia registrou receita líquida de US$ 440,2 milhões no terceiro trimestre, alta de 52% versus o mesmo período do ano passado.
O preço médio das pelotas vendidas pela Samarco atingiu US$ 120,9 por tonelada no terceiro trimestre, contra US$ 147,5 no mesmo período do ano passado.
O recuo do preço, segundo a empresa, reflete principalmente uma ampla diminuição nos prêmios das pelotas de minério de ferro, impulsionada pela demanda global mais fraca da indústria do aço por materiais de alta qualidade e por uma perspectiva macroeconômica mais cautelosa.
“A dinâmica do mercado continua refletindo tensões geopolíticas e incertezas persistentes em torno das políticas de comércio internacional, especialmente medidas protecionistas e discussões políticas envolvendo os Estados Unidos, a China e seus parceiros comerciais”, disse o relatório.
Em conferência com investidores, o diretor de estratégia, financeiro e suprimentos, Gustavo Selayzim, disse que no curto prazo, a empresa tem alguns desafios, mas no longo prazo mantém uma previsão sólida de que o mercado terá uma boa demanda por pelotas.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou US$ 230 milhões, alta de 47% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Reportagem distribuída pela Reuters
Ouça a rádio de Minas