Segmento de vestuário está otimista para 2022

Otimismo. Se as vendas no setor de vestuário não chegaram a superar os números do Natal de 2019, as perspectivas para 2022 animam o presidente do Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte (Sindilojas BH), Nadim Donato. “A expectativa é que haja crescimento nas vendas, pois estamos em um cenário mais promissor. Grande parte das pessoas vacinadas estimula encontros, festas e comemorações em família e entre amigos. Consequentemente há uma troca maior de presentes”, reflete Donato. Para ele, a natureza das festas natalinas já é capaz de estimular vendas por ser uma data emotiva, que envolve os consumidores.
Ainda não é agora que os números do setor de vestuário baterão os de 2019, pois o comércio está se recuperando de forma lenta, mesmo com todo apelo das comemorações. Entretanto, Nadim Donato afirma que o comércio registrou a abertura de cerca de 1.500 vagas temporárias.
Otimismo no setor de vestuário
Jaqueline Bacha é diretora da Associação dos Comerciantes do Hipercentro, e confirma a impressão de Donato: perspectivas de melhoras acenam aos lojistas que vendem roupa. “Este ano os encontros presenciais estão de volta, seja nos eventos familiares ou festas corporativas e de formatura. Então, uma boa estratégia para atrair este cliente é oferecer um mix maior de produtos, pois o consumidor está mais cuidadoso na escolha dos presentes.” Jaqueline Bacha tem quatro lojas da marca Simone Modas, no mercado há 50 anos atendendo público masculino, feminino e infantil.
Estar mais cuidadoso significa que as pessoas estão em busca de presentes com valores menores para pais, avós e filhos. Amigos, professores e até vizinhos estão entrando na lista de presenteáveis. “Tenho observado que este gesto de presentear está mais frequente”, diz Jaqueline Bacha.
Em sua loja houve contratação de 20% de trabalhadores temporários e a expectativa de aumento de vendas gira, calcula ela, entre 10% e 20% se comparado com o ano anterior.
De acordo com pesquisa de intenção de compras realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), os belo-horizontinos pretendem gastar cerca de R$ 110,00 por presente de Natal. As roupas estão no topo da preferência dos consumidores (69,4%), seguidas de brinquedos e calçados.
O desafio da inflação
Bruno Zak, CEO da Zak, marca tradicional em moda masculina com lojas no bairro de Lourdes e BH Shopping, está satisfeito e avalia que crescerá mais de 40% este ano. O empresário conta que para o Natal foram contratados trabalhadores temporários em todas as lojas “e usamos muito as mídias digitais e os influenciadores como estratégia de vendas. SMS, WhatsApp, email marketing; recorremos a todas estas plataformas.”
Apesar do otimismo, a inflação desperta o alerta: “Sentimos que já está tirando o poder do consumidor de média e baixa renda”, pontua Zak. Ele ressalta que o público A, ao qual seu produto é direcionado, não sente tanto os efeitos, “mas a cadeia têxtil sofreu bastante, com atraso de entrega de pedidos, desabastecimento. Esta foi outra dificuldade”, comenta Bruno, agora, aliviado. “No geral estou otimista para 2022, mas será também, um ano desafiador. Haverá eleição, juros altos, inflação alta e baixo crescimento.”
“Estamos reagindo”, fala Virgínia Barros, estilista e dona da grife mineira de vestuário, calçados e acessórios que leva seu nome. Ela afirma que está animada para o próximo ano e que este Natal “foi muito melhor que o passado.” Virgínia tem razões para comemorar: está com uma loja nova no bairro de Pinheiros, em São Paulo (capital) e um novo ponto também no Mercado Novo, em BH. “Estamos indo bem.”
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