Segmento em Juiz de Fora está cauteloso

Empresários do Polo de Meias de Juiz de Fora, na região da Zona da Mata, estão cautelosos quanto às expectativas para 2023. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Meias de Juiz de Fora (Sindimeias-JF), João Amaral, as vendas devem dobrar durante o inverno, fechando o ano com um crescimento de até 6%.
Amaral, conta que as empresas da região estão com boas expectativas para o inverno de 2023, elas esperam que as vendas possam dobrar durante o período, seguindo uma tendência que já se mantém em anos anteriores, de subida no inverno e queda no verão. Mas o presidente do Sindimeias-JF explica que é difícil estimar um valor exato quanto ao crescimento na comparação com 2022, a única certeza é de que as vendas devem ser melhores no inverno.
Um dos motivos, apontados por ele, para essa dificuldade do setor de realizar uma previsão mais precisa é a atual fase de transição de governo que o país está passando neste ano. Mesmo assim Amaral revela que a expectativa dos empresários filiados ao sindicato é de um aumento nas vendas de até 6%, “se as vendas crescerem cerca de 6% está ótimo”, declara.
Já Sales, demonstra estar mais cauteloso, ou como o próprio empresário define “com o pé no freio”, quanto às expectativas de crescimento para 2023. Ele diz que não espera um aumento muito relevante das vendas da empresa neste ano, na comparação com os resultados de 2022. Para ele, as vendas devem fechar o ano com um número muito próximo do registrado no ano anterior.
O diretor comercial ainda relata que assim como muitas outras empresas do Polo de Meias de Juiz de Fora, a Rikam tem segurado seus investimentos nesse momento de transição no Governo Federal e de incertezas no mercado, optando por aguardar os próximos acontecimentos nos cenários político e econômico do país para assim voltarem a investir na expansão de seus negócios. Já o presidente do sindicato diz que algumas empresas já estão investindo em expansão, mas ressalta que essa não é a realidade de todos do setor, pois muitas estão enfrentando muitas dificuldades como a falta de espaço nas fábricas, que impede a aquisição de novas máquinas.
Ele lembra que além do período de inverno, outro fator que pode impactar os negócios do setor neste ano são as decisões que o novo governo pode tomar para a economia. Um dos exemplos citados por Amaral é o aumento no preço dos combustíveis, que eleva o valor do frete e força as empresas do setor de meias a repassar os custos para o consumidor final. Já para Sales, os agentes que devem gerar mais impactos são a alta dos juros, da inflação e do dólar. Pois os aumentos nos juros e na inflação podem prejudicar o poder de compra dos consumidores, enquanto uma valorização no preço do dólar causa uma elevação nos custos da matéria prima.
O presidente do Sindimeias-JF conta que os empresários estão bastante cautelosos quanto às expectativas para 2023. Para ele só será possível ter mais clareza dos rumos que o país poderá tomar depois deste primeiro ano de governo. Enquanto isso, Sales acredita que uma das maneiras do atual governo acabar com esse clima de desconfiança no mercado, principalmente no de meias, é através de políticas econômicas que tenham como objetivo melhorar o poder de compra das pessoas sem que isso agrave a inflação. “Não adianta melhorar o poder de compra da população se a inflação também for alta”, explica.
Quanto aos resultados de anos anteriores, o diretor comercial da Rikam lembra que o setor de meias chegou a registrar um crescimento de 10% a 15% entre os anos de 2021 e 2022. Para ele, os últimos anos foram positivos para o mercado de meias, mas neste ano, os resultados devem ser bem mais moderados que os anteriores.
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