Sem trecho da FCA, Magnesita pode adicionar 30 caminhões por dia no Anel Rodoviário

Durante audiência pública em Belo Horizonte sobre a renovação antecipada da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), administrada pela companhia de logística VLI, o presidente regional na América do Sul da RHI Magnesita, localizada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Wagner Sampaio, afirmou que a empresa teria de utilizar o Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) sem a operação do trecho Minas-Bahia da FCA.
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Wagner Sampaio explicou que a alternativa, além de ser uma operação mais cara para a empresa, pode trazer transtornos para a sociedade, com aumento da emissão de carbono e maior risco de acidentes, sobretudo no Anel Rodoviário, onde a empresa está localizada.
“São cerca de mais de 300 mil toneladas de materiais por ano. Isso traria uma necessidade de mais ou menos 30 carretas de grande porte (por dia útil) só para Contagem”, aponta Sampaio. “De fato, essa ferrovia traria essa maior movimentação de carga através da rodovia, levando todo esse risco e esses malefícios para a sociedade”, completa.
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O trecho Minas-Bahia tem grande impacto nas operações da Magnesita, tanto em relação ao transporte de minério de Brumado (BA) para a RMBH, quanto para a exportação do insumo em portos baianos.
“Essa renovação da concessão, sem a garantia das condições de que esses trechos continuem operando, é motivo de preocupação, não só para a RHI Magnesita, mas para a indústria de uma maneira geral para o desenvolvimento do País”, declarou.
O maior custo operacional com o TRC também seria repassado à sociedade, analisou Wagner Sampaio. Além do repasse nos preços dos insumos da RHI Magnesita para o setor industrial, como a indústria do cimento, o aumento de preços nos produtos acabados prejudica a competitividade com os produtos importados, sobretudo da China.
O presidente da empresa afirmou que vê com bons olhos a garantia dada pela ANTT durante a audiência pública de que a operação do trecho Minas-Bahia não será descontinuada na renovação da FCA, mas espera que esteja registrado no novo contrato de concessão.
“Eu gostaria que isso fosse registrado. Isso precisa estar no documento, no contrato novo de renovação com a concessionária para que a gente tenha, de fato, essa garantia futura de operação”, concluiu.
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